Mulher é estuprada por assaltante em ônibus no Rio

Com uma arma na boca e em um ônibus que se dirigia ao centro do Rio pela Avenida Brasil, uma mulher de cerca de 30 anos foi estuprada por um assaltante no fim da tarde da última sexta-feira (3), menos de 35 dias depois que uma turista americana foi atacada sexualmente em uma van na […]

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Com uma arma na boca e em um ônibus que se dirigia ao centro do Rio pela Avenida Brasil, uma mulher de cerca de 30 anos foi estuprada por um assaltante no fim da tarde da última sexta-feira (3), menos de 35 dias depois que uma turista americana foi atacada sexualmente em uma van na Região Metropolitana da capital fluminense. Descrito como pardo, cerca de 24 anos, com cabelo preto corte tipo asa delta e parecendo estar sob efeito de drogas, o criminoso atacou a vítima em um micro-ônibus da linha 369 (Bangu-Carioca), depois de assaltar os passageiros e mandá-los para o fundo do veículo. O ataque sexual aconteceu na parte dianteira, ao lado do motorista, enquanto ele dirigia, e foi testemunhado por todos a bordo.

De acordo com informações da Polícia Civil, o homem embarcou na altura da Favela do Muquiço, em Realengo, na zona oeste da cidade, e, portando uma arma curta, anunciou o assalto. Depois de saquear dinheiro e bens dos passageiros, escolheu a mulher, levou-a para a parte da frente, a estuprou e a agrediu a coronhadas. O estuprador desceu do veículo na altura do Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), na zona portuária da cidade – a poucos quilômetros do Centro. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª DP (Delegacia de Polícia), de São Cristóvão, na zona norte, informou à Rádio CBN que solicitou à empresa Transportes Campo Grande imagens das câmeras de segurança do veículo, para tentar identificar o criminoso. Descrições do suspeito feitas pelas vítimas também vão ajudar nas investigações.

“Já solicitamos na empresa as imagens do coletivo, para a gente tentar identificar pelo menos a fisionomia do criminoso. Ouvimos também as outras vítimas, que serão encaminhadas ao setor de retrato falado, assim como a própria vítima será encaminhada. Vamos verificar também se há câmeras nos locais de embarque e desembarque do criminoso. Enfim, vamos tomar todas essas medidas no sentido de identificá-lo”, afirmou o delegado.

O delegado afirmou também que a vítima foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal para coleta de material genético, visando a uma futura comparação com eventuais suspeitos. A mulher também foi levada a atendimento em um serviço de assistência social e recebeu medicamentos para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e o coquetel anti-HIV, contra o vírus da Aids.

No último dia 17, outro caso de ataque sexual chocou o Rio. Sua vítima foi uma garota de 14 anos, estuprada no Leblon, na zona sul, no fim da tarde. Estatística oficial da Secretaria de Segurança, divulgada ontem (3), aponta pequena queda em março no número de estupros na capital, em relação a fevereiro: 4,1%, de 146 para 140.

Turista. O novo ataque sexual em transporte coletivo aconteceu em um ambiente de crescente questionamento em relação à segurança e eficiência dos sistemas de transporte no Rio de Janeiro, principalmente ônibus, às vésperas do início dos grandes eventos internacionais. O processo se intensificou depois que, em 30 de março passado, uma turista norte-americana, que embarcara uma van para a região boêmia da Lapa, no Centro, com o namorado francês, foi sequestrada e levada para São Gonçalo, cidade da Região Metropolitana da capital. No veículo com vidros escuros, a mulher foi estuprada em pelo menos oito ocasiões. Os criminosos chegaram a “oferecê-la” a outro homem, que a recusou.

Dois dias depois, um micro-ônibus da linha 328 (Castelo-Bananal), da Viação Paranapuan, que ia da Ilha do Governador para o Centro do Rio, despencou do viaduto Brigadeiro Trompowski, altura da Ilha. Na queda, sete pessoas morreram. A causa do acidente foi uma briga do motorista com um passageiro, inconformado porque perdera o ponto em que deveria descer. Segundo testemunhas, o homem chutou o condutor na cabeça. Ambos sobreviveram. Em 30 de abril, o ciclista Pedro Nikolay, de 30 anos, morreu após ser atropelado na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, esquina com a Rua Henrique Dumont, na zona sul. Nikolay participava de um treinamento que reunia cerca de 20 atletas, por volta das 5h50, quando foi atingido pelo veículo, que teria avançado um semáforo vermelho.

A sucessão de acidentes e tragédias levou a prefeitura do Rio a anunciar medidas para aumentar a segurança nos ônibus. O município, que detém as concessões, quer que as empresas identifiquem os motoristas infratores do Código de Trânsito Brasileiro (isso não acontece atualmente, em muitos casos), resolveu cobrar multas administrativas em atraso e baixou decreto para obrigar a demissão de motoristas que avançarem semáforos vermelhos. Rodoviários, porém, denunciam más condições de trabalho, jornadas excessivas, metas de número de passageiros a serem conduzidos por viagem e rotatividade alta em seus empregos, devido aos salários baixos. É comum, nos ônibus do Rio, encontrar cartazes para recrutar profissionais, oferecendo, inclusive, pagar pela conversão da carteira de motoristas de amador para profissional.

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