Ciente da reportagem do Midiamax, intitulada ‘Loja nega denúncias de sindicato e critica funcionários denunciantes’, que foi publicada na manhã desta quarta-feira (27) e trata de irregularidades nas empresas Bumerang e Jetline, o chefe da Seção de Inspeção do Ministério do Trabalho e Emprego, Leif Raoni de Alencar Naas, garantiu que as empresas devem, juntas, ao menos R$ 94 mil de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

O valor se refere, segundo Leif Naas, ao não recolhimento do benefício de cerca de 340 trabalhadores, entre empregados e ex-funcionários. Esta irregularidade entre outras foi verificada na última fiscalização do órgão, iniciada em setembro do ano passado e que terminou no início deste ano.

“Além do levantamento do débito de FGTS, essa fiscalização resultou na aplicação de multas de cerca de R$ 48 mil por conta das irregularidades trabalhistas. Ainda cabe recurso das decisões que impuseram essas multas, sendo que os Auditores-Fiscais ainda estão analisando a questão dos atrasos de salário. Até o momento, não houve decisão a respeito”, explica o chefe de inspeção.

Em entrevista ao Midiamax, ele ressalta que um auditor-fiscal do trabalho já se deslocou à empresa para verificar o cometimento de irregularidades trabalhistas. “Ele é a pessoa que tem livre acesso às dependências e pode entrevistar trabalhadores, inspecionar o local de trabalho e até apreender documentos”, conta Naas.

Assim que lavrado o auto de infração, que no caso das empresas resultou em uma multa de R$ 50 mil, têm início um processo administrativo e a empresa o direito de ‘fazer’ a sua defesa. “Cabe recurso por parte das empresas, mas eles não apresentaram nada até o momento”, argumenta Naas.

Anterior a última vistoria, Naas explica que outras foram realizadas, sempre encontrando irregularidades. “Esta última foi mais impactante pelo valor das multas, cerca de R$ 48.000,00 por conta dos desvios trabalhistas”, avalia Naas.

Sobre o assunto, a Bumerang não se pronunciou com a reportagem quando questionada sobre as possíveis irregularidades. Já uma gerente da Jet Line, de uma loja da rua 14 de Julho, região central de Campo Grande, negou qualquer denúncia de assédio moral, falta de recolhimento do FGTS e de passe de ônibus, não pagamento de hora extra, além de desvio de função.