O Ministério Público investiga um desvio de R$ 54 milhões na cooperativa de garimpeiros de Serra Pelada, no Pará. O dinheiro, que deveria ter sido distribuído para os garimpeiros, ficou nas mãos de ex-dirigentes. A cooperativa, única com autorização do governo federal para explorar Serra Pelada, se juntou há seis anos com a empresa de mineração Colussus, para implantar a exploração mecanizada de ouro.

As obras estão em andamento e, pelo contrato, a Colossus repassa à cooperativa mais de R$ 350 mil por mês como uma espécie de adiantamento pela produção. O dinheiro deveria ser distribuído entre os 40 mil cooperados, mas foi desviado. As informações são do Jornal Nacional.

Segundo o MP, a empresa fazia os depósitos nas contas pessoais de ex-dirigentes da cooperativa e também de laranjas. “Nós percebemos que o dinheiro era canalizado primeiro para a conta de diretores e depois pulverizado para a conta de várias pessoas que não têm nenhuma conexão com a cooperativa: professores primários, camelôs, recebiam valores de R$ 800, R$ 900, R$ 1 milhão na sua conta.

Além de haver saques na boca do caixa de até RS 2 milhões, o que é indicativo bem claro de lavagem de dinheiro”, explica o promotor Hélio Rubens. Cinco pessoas foram denunciadas e afastadas de suas funções na cooperativa. A empresa Colossus afirma desconhecer a participação de colaboradores em desvios de dinheiro e alega que os depósitos nas contas pessoais dos diretores foram determinados pela cooperativa – que, na época do contrato, tinha as contas bloqueadas pela Justiça.