Milhares de suecos foram às ruas de Estocolmo neste domingo em protesto contra o racismo após um ataque neonazista durante uma passeata semelhante, mas bem menor, na semana passada, informou a polícia.

O protesto aconteceu em resposta a eventos do último final de semana, quando cerca de 30 neonazistas atacaram outra manifestação antirracismo também no bairro de Karrtorp, atirando garrafas e fogos de artifícios contra os manifestantes. Duas pessoas foram esfaqueadas e 26 neonazistas foram detidos pela polícia.

A Suécia, considerada há tempos como bastião da tolerância, tem visto um aumento no apoio à extrema-direita à medida que a imigração cresce. O partido anti-imigração Democratas Suecos alcançou cerca de 10 por cento das intenções de voto às vésperas de uma eleição parlamentar no ano que vem.

Em maio, Estocolmo foi atingida pelos piores distúrbios em anos nos subúrbios de maioria imigrante pobre, quando jovens atiraram pedras na polícia e atearam fogo a carros durante mais de uma semana.

A violência em uma das mais ricas capitais europeias chocou um país que se orgulha de reputação de justiça social, e deu combustível a um debate sobre como a Suécia está lidando com o desemprego da juventude e o fluxo de imigrantes.

Os organizadores da manifestação deste domingo estimaram que mais de 16 mil pessoas participaram. A multidão entoou “Acabem com o racismo agora” e “Sem racistas em nossas ruas”. Artistas suecos proeminentes tocaram em um palco montado em um campo de futebol.

Partes de Karrtorp, que não tem uma população imigrante particularmente grande em comparação com outras áreas da cidade, foi pichada com suásticas e slogans nazistas antes dos protestos da semana passada.

Passeatas antirracismo menores foram realizadas em apoio em várias outras cidades suecas no sábado e no domingo.