Mercadante anuncia grupo para debater MP dos médicos
Alvo de mais nova batalha da presidente Dilma Rousseff com a classe médica, a MP do programa Mais Médicos será discutida por uma comissão formada por diretores de faculdade de medicina de universidades federais e integrantes do governo federal, informou nesta terça-feira o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O objetivo é “aprimorar” as propostas que […]
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Alvo de mais nova batalha da presidente Dilma Rousseff com a classe médica, a MP do programa Mais Médicos será discutida por uma comissão formada por diretores de faculdade de medicina de universidades federais e integrantes do governo federal, informou nesta terça-feira o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O objetivo é “aprimorar” as propostas que o governo encaminhou ao Congresso.
Conforme previsto na medida provisória, o curso de medicina passará de seis para oito anos a partir de 2015. Concluído o curso de seis anos, o estudante passa para um segundo ciclo, de dois anos, onde terá de atuar em serviços públicos de saúde. A exigência do segundo ciclo será universal: tanto para estudantes de instituições da rede pública quanto privada da ensino.
O programa, batizado de Mais Médicos, inclui ainda o recrutamento de profissionais estrangeiros para trabalhar em áreas prioritárias. É criticado por entidades como o Conselho Federal de Medicina (CFM), em atrito com a presidente desde à sanção com vetos ao projeto do Ato Médico, que regulamenta o exercício da medicina.
“Estamos discutindo com os especialistas, (a MP do Mais Médicos) foi muito acolhida e vamos discutir no âmbito do Congresso Nacional, que terá a palavra final. Vamos lutar por essa concepção, acho que o povo precisa de mais médicos, nós precisamos melhorar a formação dos médicos”, afirmou Mercadante, antecipando que a comissão será formada por integrantes da federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Ceará. “No Brasil, 1,7% dos médicos são estrangeiros, a participação é pequena.”
Lembrando as discussões acaloradas com a adoção de cotas nas universidades e a implantação do ProUni (que concede bolsas em instituições privadas de ensino superior), o ministro afirmou que as “mudanças mais importantes na educação não foram fáceis”.
“Sofremos todo tipo de resistência ao Enem, que hoje é uma grande conquista; a política do ProUni também foi muito difícil implantar; a política de cotas, foram 13 anos pra aprovar, e agora estamos mostrando que os estudantes cotistas têm praticamente a mesma nota que os não cotistas. Foram várias disputas difíceis e essa também é uma disputa difícil”, afirmou o ministro.
“Chamo a atenção pra vocês, a pergunta que eu deixo: por que é que no Fies (fundo de financiamento estudantil do Ministério da Educação) que tem 24 mil estudantes de medicina hoje, eles vão ficar 8 anos trabalhando no SUS pra pagar e ninguém criticou? Querem a resposta? Porque são estudantes de medicina pobres, ninguém criticou. Ninguém questionou.”
Indagado se os estudantes de medicina que são de classe alta teriam preconceito contra a rede pública, o ministro desconversou: “Espero que não, acho que vão ter uma grande experiência de vida trabalhando no SUS. É um sistema generoso, solidário, poucos países do mundo têm um sistema de saúde tão amplo. Agora para ter um sistema como esse precisa de mais médicos pra atender a população.”
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