A ministra da Cultura Marta Suplicy visitou nesta sexta-feira (1) o SPFW e falou sobre as verbas públicas de incentivo aos estilistas Alexandre Herchcovitch, Pedro Lourenço e Ronaldo Fraga, no total de mais de R$ 7 milhões, conseguidas através da Lei Rouanet. “A ideia não é patrocinar um ou outro estilista, é patrocinar quem pode levar o nome do Brasil para fora”, disse Marta em entrevista exclusiva ao Terra. Segundo a ministra, eles não conseguiram a verba apenas por serem famosos. “Na internacionalização, não é qualquer um”, explicou.

A ministra foi questionada sobre o assunto novamente em entrevista coletiva à imprensa e disse que não privilegiou qualquer estlista e que qualquer um pode estar na semana de moda mais importante do mundo, a de Paris, e outros dois na de Nova York ou outros eventos importantes. “A pessoa não vai lá bater na porta e dizer que quer entrar no desfile de moda em Paris, são estilistas que se construíram para fazer esse pleito”, declarou.

Marta afirmou que os estilistas envolvidos em projetos aprovados pela lei “fizeram história” ao abrirem a oportunidade de qualquer estilista se beneficiar do incentivo. “Antigamente, se um estilista quisesse entrar, teria que ir em artesanato e design. Com o pedido que eles fizeram, o espectro foi ampliado para muitas áreas, como a conservação de acervo, formação de estilistas, internacionalização da moda, tradição e simbolismo”, afirmou.

Sobre a polêmica criada em relação a moda fazer ser considerada ou não “cultura”, a ministra disse que “as coisas entraram nos eixos”. “O Ministério da Cultura não pode achar que ópera é melhor que música popular, temos que acolher a cultura toda. Foi uma polêmica benéfica”, afirmou. Ela explicou que o projeto passa por avaliação técnica e que muitas vezes uma parte da verba pedida é cortada.

A ministra ainda exaltou a importância da semana de moda paulistana para o Estado de São Paulo e o Brasil como um todo. “Isso aqui é muito forte e se coloca muito bem no mundo todo”, disse. Marta considerou que eventos como o SPFW ampliam toda a cadeia produtiva, “desde os estilistas, passando pelas costureiras, até quem faz o botão e o zíper”. “É uma conquista para os brasileiros”, concluiu.