Mara Caseiro apela por decisão que ponha fim a “guerra civil” no campo
A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) apelou hoje (29) à presidente Dilma Rousseff (PT) por decisão que ponha fim ao que ela classificou como guerra civil no campo, devido à invasão de terras pelos indígenas no Conesul do Estado. Armados com arco, flecha e foices, indígenas da etnia Guarani Kaiowá invadiram pelo menos nove propriedades […]
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A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) apelou hoje (29) à presidente Dilma Rousseff (PT) por decisão que ponha fim ao que ela classificou como guerra civil no campo, devido à invasão de terras pelos indígenas no Conesul do Estado.
Armados com arco, flecha e foices, indígenas da etnia Guarani Kaiowá invadiram pelo menos nove propriedades em Japorã desde a última sexta-feira (25), causando destruição e gerando medo nas sedes das fazendas, onde nem o gado pode ser retirado.
“É uma guerra civil o que está acontecendo aqui. Então venho mais uma vez fazer um apelo, para que se tome uma posição séria, definitiva de aquisição das terras, na proporção necessária para assentar a comunidade indígena. Mas que essas terras sejam compradas, e não roubadas e nem retiradas covardemente dos proprietários que adquiriram os títulos de boa fé”, disparou a deputada.
Mara Caseiro revelou ter recebido uma ligação desesperada de um produtor rural no sábado, pedindo socorro ao saber que um ônibus lotado de indígenas estava próximo à sua fazenda. Ela telefonou imediatamente para o secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini.
Ele disse que a única providência que poderia tomar era enviar policiamento ao local, para assegurar a vida dos envolvidos. A Polícia Federal foi acionada, mas não houve acordo para que os índios se retirassem.
“O que me revolta é que a Constituição nos dá o direito de propriedade, com títulos expedidos pela União, mas não é oferecida uma proteção de direito a essas pessoas que se sentem desprovidas de qualquer direito, de qualquer assistência. O que o governo federal está fazendo para resolver de fato o problema dos indígenas, que é sério, e dos produtores, que trazem a comida para nossa mesa?”, questionou a parlamentar.
Ela lembrou que já conversou em Brasília com o ministro da Justiça e avisou que as mortes que acontecerem serão responsabilidade do governo Federal. No dia seguinte a este encontro, um homicídio envolvendo a questão das invasões foi registrado no município de Sidrolândia.
“Depois, o ministro José Eduardo Cardozo esteve aqui e disse que iria resolver a situação. Tivemos uma esperança de que nosso governo fosse encarar com responsabilidade e compromisso essa questão dos conflitos, mas até agora nada”, protestou.
Durante aparte, o deputado Márcio Monteiro (PSDB) destacou que a responsabilidade não é apenas do governo federal, mas também do governo do Estado. “É dever do governo federal, mas também do governo estadual estar lá para resolver. Ele não pode ficar no conforto enquanto isso tudo ocorre”, disparou.
Mara Caseiro também questionou a responsabilidade do MPF (Ministério Público Federal), que limita a ação da Polícia Militar e da secretaria de Segurança Pública, mas permite que indígenas “entrem armados em propriedades privadas e aterrorizem famílias”.
“Eu tenho vergonha de ser política nesse país, sabe por que? Porque perdeu-se a ordem, a vergonha na cara, o sentido de compromisso com a nação brasileira. Quem trabalha, aumentando o nosso PIB, está se tornando bandido. E nós sabemos que há pessoas, inclusive políticos, insuflando essas invasões, na tentativa de tirar vantagem dessa questão. Isso é um absurdo”, concluiu.
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