‘Manifestantes’ que tumultuaram Câmara vão responder por formação de quadrilha

Polícia Civil vai usar imagens e quebra de sigilos para identificar mandantes e autores no suposto esquema para ‘montar’ manifestações falsas em apoio ao Prefeito Alcides Bernal e tumultuar sessões na Câmara.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Polícia Civil vai usar imagens e quebra de sigilos para identificar mandantes e autores no suposto esquema para ‘montar’ manifestações falsas em apoio ao Prefeito Alcides Bernal e tumultuar sessões na Câmara.

As manobras para ‘ocupar’ a Câmara Municipal de Campo Grande, coincidentemente em sessões nas quais seriam votados temas que podem prejudicar o prefeito Alcides Bernal (PP), viraram caso de polícia que pode levar os envolvidos ao indiciamento por formação de quadrilha.

A informação é do delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, Wellington de Oliveira. Ele investiga o caso, que envolve também a criação de páginas falsas em sites de redes sociais e a dsitribuição de panfletos.

Segundo o delegado, caso se confirme que pessoas estão sendo recrutadas para lotar a Câmara como uma ‘torcida organizada’ para o prefeito, desconfigura-se o perfil de protesto e manifestação democrática, que são direitos assegurados pela Constituição.

Vários indícios apontam para a formação de um verdadeiro esquema que ‘monta’ manifestações falsas de apoio a Alcides Bernal. “O que não pode é pagar as pessoas para tumultuar”, explica Wellington de Oliveira, referindo-se ao fato do possível financiamento de manifestantes que ocuparam a Câmara na última terça-feira (8).

De acordo com a polícia, os “manifestos”, tiveram episódios de calúnia, ameaça, difamação e injúria. A Polícia Civil tem trinta dias para encerrar o inquérito, e fará a identificação dos autores e mandantes, inclusive com autorizações judiciais para quebra de sigilos, segundo o delegado.

Caderno

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Mario Cesar (PMDB), recebeu um caderno, perdido no dia da ocupação. No caderno há anotações, com telefones, entidades e nomes de integrantes da chamada “Frente em Defesa da Democracia de Campo Grande”.

As manifestações eram contra instalação da Comissão Processante, que teria como finalidade apurar denúncias de suposta corrupção praticada pelo prefeito Alcides Bernal, baseadas na CPI da Inadimplência. Com isso a sessão foi adiada para esta terça-feira (15).

Em anotações do dia 4 de outubro, parecido a uma ata, feita por sindicalistas, constam avaliações e reivindicações relacionados a atual gestão municipal.

Nas anotações também estão um depósito bancário em homem, que foi cabo eleitoral de Bernal durante a campanha. Também constam no caderno, que parte dos manifestantes, que desembarcaram em ônibus, na rua de trás da Câmara, são indígenas e moradores das cidades de Sidrolândia, Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti e Corguinho.

Conteúdos relacionados