Parentes de Nelson Mandela se reuniram nesta terça-feira em Qunu, cidade onde o da passou a infância, enquanto personalidades, como o arcebispo da Cidade do Cabo, visitaram a clínica em Pretória onde o líder político segue em estado crítico.

De acordo com correspondentes da AFP no local, a filha mais velha de Mandela, Makaziwe, e netos do ícone mundial da luta contra a discriminação racial se reuniram na casa construída por ele na época da queda do regime racista.

“É uma reunião de amadlomos”, declarou um dos participantes da reunião, em referência a um ramo do clã Thembu, do qual faz parte a família Mandela.

Nenhum membro da família quis informar o objetivo desta reunião, mas rumores indicam que o grupo teria discutido um possível local para o túmulo de Mandela.

Oficialmente, Mandela deve ser enterrado em Qunu, cidade onde passou seus primeiros anos. “Minha família está aqui e eu quero ser enterrado aqui, em casa”, teria dito Mandela em 2003, filmado para um documentário no cemitério da cidade.

Mas alguns parentes do ex-presidente gostariam que ele fosse enterrado em Mvezo, sua cidade natal, a cerca de 40 km de Qunu.

A 900 km desta região rural e cheia de vales, numa clínica militar de Pretória, o pai da democracia multirracial sul-africana, de 94 anos, continuava internado devido a uma grave infecção pulmonar.

Em 2012, Mandela foi hospitalizado diversas vezes também por complicações pulmonares. Internado com urgência em 8 de junho, o estado de saúde de Madiba ficou mais grave no último domingo.

De acordo com a Presidência sul-africana, o quadro de Mandela nesta terça permanecia crítico.

O fluxo de visitas, restrito à família na última semana, aumentou nesta terça com a presença de personalidades como o arcebispo da Cidade do Cabo, chefe da igreja anglicana na África austral, Thabo Makgoba.

No último domingo, as autoridades eclesiásticas fizeram um apelo na internet para que os sul-africanos se preparem para o luto por Mandela.

“Nós devemos voltar nossas preces a ele e deixar o Todo-poderoso decidir”, recomendou também o vice-presidente Kgalema Motlanthe.

Apesar de acostumada com a ausência de Mandela, que não aparece em público desde 2010, na Copa do Mundo de futebol, a população sul-africana encara com dificuldade o desaparecimento do líder.

“Imaginá-lo deitado num leito de hospital e pensar que ele não vai melhorar é muito difícil. (…) Não queremos perdê-lo mesmo que saibamos que sua hora está chegando”, comentou Vusi Mzimanda, que foi ao hospital onde Mandela está internado prestar sua .