Major de 78 anos desacata colegas da PM, acaba na delegacia e reclama de agressão

O major aposentado do exército Mário Bruno de Camargo, de 78 anos de idade está passando por situação inusitada. Ao mesmo tempo em que ele pede providências contra um policial civil, que acusa de tê-lo agredido dentro da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário – Depac Piratininga, ele é acusado, tanto por policiais militares, quanto pelo […]

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O major aposentado do exército Mário Bruno de Camargo, de 78 anos de idade está passando por situação inusitada. Ao mesmo tempo em que ele pede providências contra um policial civil, que acusa de tê-lo agredido dentro da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário – Depac Piratininga, ele é acusado, tanto por policiais militares, quanto pelo policial civil, por desacato. O idoso acabou indiciado.

Na madrugada de sábado para domingo (26/27 de outubro), um homem, identificado como Reinaldo, que estava no telhado da casa do Sr. Mário caiu no interior da cozinha e ainda atordoado pela queda, teria sido agredido pelo proprietário da casa e por um filho que também estaria no local.

Já com o homem imobilizado, a Polícia Militar foi chamada e fez constar no boletim de ocorrências os sinais de agressão em Reinaldo. Ao alertar o Sr. Mário, que segundo o relato dos policiais estaria bastante exaltado, de que não poderia ter praticado a agressão, os policiais passaram a ser xingados e até humilhados, com ele sendo detido por desacato.

Como o Sr. Mário se identificou como oficial da reserva do exército, foi chamada a oficial de dia (ronda) da PM para acompanhar o ocorrência e também lavrar o Boletim na Depac-Piratininga contra ele por desacato. Um oficial da Polícia do Exército-PE também acompanhou a ocorrência.

Em sua versão, o Sr. Mário afirma que na delegacia, em um local reservado, foi destratado e humilhado pelos policiais de plantão e em determinado momento agredido por um policial que teria lhe dado uma gravata, além de lhe provocar escoriações pelo corpo.

“Eles desrespeitaram, além de um oficial da reserva do Exército, uma pessoa idosa. Isso é inadmissível e alguma coisa precisa ser feita para que fatos como estes não se repitam”, afirmou

No decorrer da semana, o Sr. Mário procurou a Secretaria de Segurança Pública para formalizar queixa na Corregedoria e foi encaminhado para o IMOL- Instituto Médico e Odontológico Legal para exames. A intenção, segundo um dos filhos, é formalizar queixa contra o policial civil por humilhação, abuso de poder e desrespeito ao estatuto do idoso.

No entanto, o policial civil, que está há 14 anos na função, tem outra versão. Segundo ele, Mário chegou à Depac, como vítima da invasão de domicílio e também como autor de um delito (desacato aos Policiais Militares) e foi colocado em um setor reservado para posteriormente ser ouvido. Ele seria liberado assim que assinasse o TCO- Termo Circunstanciado de Ocorrência.

“Quando ele ficou sabendo que estava sendo denunciado por desacato aos PMs, ficou muito nervoso e tentou arrancar o boletim de minhas mãos. Depois, quando pedi que ele assinasse o documento ele se recusou e tentou deixar a área interna da delegacia e eu impedi. Nisso ele puxou a corrente que prende o meu distintivo e a arrebentou. Então precisei utilizar um pouco mais de força, mas apenas o necessário para contê-lo. Em momento algum ele foi algemado ou agredido”, afirmou.

Segundo o agente, ele tomou a atitude porque já que o Sr. Mário estava na delegacia apontado como autor de uma infração, ele não poderia deixar o local sem que o procedimento fosse finalizado.

“O tratamento é o mesmo para uma pessoa de 18 ou de 70 anos. Se eu não fizer o meu trabalho, vou responder pela falha. É claro que neste caso, pela idade dele no começo a gente tratou de uma forma, mas como ele ficou alterado e queria deixar a delegacia de qualquer forma, tive de contê-lo”, afirmou o policial, que diz estar tranqüilo quanto ao desempenho de suas funções.

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