Mães que abdicam do convívio dos filhos para cuidar bem das crianças em creche
Fama das ‘mães funcionárias’ é tamanha que ao menos outras 500 mães estão com nomes dos filhos na lista de espera.
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Fama das ‘mães funcionárias’ é tamanha que ao menos outras 500 mães estão com nomes dos filhos na lista de espera.
Mãe. Uma palavra tão pequena no tamanho, mas carregada no sentimento. Digna de ser proferida somente àquelas que vivem para repassar bons valores ao filho, seja ela branca ou negra, rica ou pobre, independente ou não. E quando estas mulheres abdicam da convivência com os próprios filhos para ajudar outras crianças, a admiração é ainda maior. São algumas delas que serão homenageadas pelo Midiamax neste domingo (12).
A reportagem combinou o encontro na festa alusiva ao Dia das Mães, quando centenas delas aguardavam a preparação do salão para a homenagem das 120 crianças, na Fraternidade Educacional Casa da Criança, rua Dom Aquino, em Campo Grande. E lá estava ela, Benedita Ribeiro Gazal, 67 anos, conhecida como a ‘vó Dita’.
Ao ganhar um brinco de ouro de uma mãe, muito grata à dedicação com os seus filhos na creche, D. Dita não pensou duas vezes. Fez uma rifa para a festa mensal das crianças, com direito a pula-pula, cachorro quente, refrigerante, pipoca e guloseimas que os pequenos adoram. “Não vivo sem as crianças, elas são a minha vida, sinto muita falta delas nas férias”, fala a ‘vó Dita’.
Mãe de três filhos e dois netos, ela dividiu e ainda compartilha a tarefa de mãe com centenas de crianças. “São 18 anos de dedicação a este local. Chego diariamente às 6h30, verifico se os locais estão em ordem e, a partir daí, vou atender às crianças. Se alguma não estiver bem, ela passa por uma triagem e atendimento com um médico voluntário que nos ajuda”, ressalta a mãe da criançada.
Mas, como tudo na vida, ela conta algumas tristes lembranças. “Certa vez eu estava saindo de Campo Grande para viajar, de madrugada, quando encontrei um menino que esteve na creche dormindo em um viaduto. Aquilo me marcou muito porque ele era um bom menino. Parei o carro, falei com ele e fui atrás da mãe dele, mas não tinha muito que fazer já que ela é usuária de drogas”, diz ela.
Com a mesma dedicação, a mãe e cozinheira Júlia Ribeiro, 58 anos, está há 19 anos na escola. “Meus filhos e netos foram criados aqui. É um carinho enorme que tenho por este local e tento repassar isso todo dia no alimento das crianças. Gosto muito do que faço”, fala ela, ao redor de lanchinhos preparados em homenagem às mães.
Outra ‘tia’, considerada ‘braço direito’, a coordenadora Sandra Ferreira Ribeiro, 45 anos, já contabiliza uma década de dedicação às crianças. “Minha carreira aqui começou como professora, quando um ano e sete meses depois fui chamada para ser coordenadora. E somos uma equipe, de mães dedicadas às crianças como se fossem nossos filhos”, confessa a coordenadora.
Esse grupo de mulheres, em sua grande maioria mães, é que diariamente se dedicam a repassar uma boa educação para as crianças enquanto as mães trabalham. Um serviço gratuito e digno de admiração, no qual 500 mães estão à espera de uma vaga para os filhos. E as mães do local garantem: os pequenos só não estão lá por conta de espaço, já que carinho e dedicação não faltam.
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