Daniel Scioli, líder governista argentino, pediu atenção à saúde da presidente Cristina Kirchner, que deverá permanecer um mês de repouso por ordens médicas após sofrer um traumatismo craniano.

Kirchner, 60 anos, uma peronista de centro-esquerda, deverá ficar um mês de repouso por causa de um hematoma cerebral detectado no sábado, a três semanas das eleições legislativas – cruciais para seu governo.

“Vamos confiar nas decisões relacionadas à prevenção e ao cuidado com a saúde da presidente para não colocá-la em situação de risco”, disse Scioli, que é governador da província de Buenos Aires e pré-candidato às eleições presidenciais de 2015.

Nenhuma fonte oficial ou extra-oficial comentou se a presidente deverá suspender por completo sua agenda e delegar o mandato ao vice-presidente, Amado Boudou, ou continuará em pleno exercício do poder.

Boudou, 50 anos, ex-ministro da Economia de Kirchner, é fã de rock e motocicletas, dirigiu a estatização dos fundos de pensão privados em 2008 e é investigado por suposto tráfico de influência por favorecer empresas.

Kirchner “sofreu um traumatismo craniano em 12 de agosto, e não houve sintomas”, mas exames realizados no sábado detectaram um “hematoma subdural crônico”, um acúmulo de sangue entre o crânio e o cérebro, segundo nota oficial divulgada à imprensa.

“É possível que ela não possa comparecer a alguns atos institucionais, mas seus projetos e sua gestão continuarão muito presentes”, comentou Scioli.

Desde seu primeiro mandato, em 2007, a presidente argentina sofreu vários episódios de hipotensão que a obrigaram a suspender atividades oficiais.

Em janeiro de 2012, menos de um mês depois de ter iniciado o segundo mandato, a chefe de Estado foi submetida a uma operação de extirpação da glândula tireoide, mas os médicos constataram que ela não sofria de câncer como havia sido diagnosticado inicialmente.

Dirigentes governistas e da oposição expressaram nas redes sociais seus votos de que a presidente se recupere logo.

O período de repouso envolve as importantes eleições legislativas de 27 de outubro, que marcam a metade de seu segundo mandato, que vai até 2015.