Poucos jovens gostam de acordar cedo, mas Mitchell, um adolescente britânico de 15 anos, tem muito trabalho pela frente, a começar pelos cuidados com o irmão mais novo, Harley, que sofre de autismo.

É Mitchell quem dá o café da manhã ao menino, escova seus dentes e o veste para a escola. “É porque meus pais estão doentes e não podem fazer muitas coisas”, afirma Harley.

Mitchell também cuida dos pais, David e Bella, ambos com problemas de saúde. A sofre de fibromialgia, uma síndrome que provoca fortes dores musculares, além de fadiga e distúrbios do sono. O pai diz que se sente culpado porque antes ele podia fazer tudo sozinho.

O trabalho em casa impacta na vida escolar de Mitchell. Não são raras as vezes em que ele chega atrasado e fica muito cansado.

Toca o sinal e Mitchell volta ao batente. E hora de ir às compras e arrumar a casa.

Na Inglaterra, 160 mil jovens cuidam oficialmente de seus familiares. Sem apoio, muitos deixam os estudos para trás, não têm tempo para amigos nem para aproveitar uma das melhores épocas da vida.

Mitchell diz que não queria que sua família precisasse tanto dele, mas que não tem alternativa. Como recompensa, recebe as palavras carinhosas do irmão. “Se tivesse que dar uma nota a ele, daria cem! Ele não é só um bom irmão, ele é maravilhoso.”