Islâmicos convocam manifestação de apoio ao governo da Tunísia

Partidários dos islâmicos que comandam a Tunísia convocaram neste sábado (9) uma manifestação em massa em favor do governo um dia depois do funeral de um líder da oposição que foiassassinado na porta da sua casa , crime que provocou protestos e agravou a crise política no país árabe. O partido Ennahda convocou seus seguidores […]

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Partidários dos islâmicos que comandam a Tunísia convocaram neste sábado (9) uma manifestação em massa em favor do governo um dia depois do funeral de um líder da oposição que foiassassinado na porta da sua casa , crime que provocou protestos e agravou a crise política no país árabe.

O partido Ennahda convocou seus seguidores a comparecer no centro de Túnis na tarde deste sábado para mostrar apoio à assembleia que trabalha na elaboração de uma nova constituição e que sofreu grande revés com a retirada dos partidos de esquerda após o assassinato de Chokri Belaid, um ferrenho crítico dos islâmicos no governo.

Belaid foi morto na porta de sua casa, enquanto saía em direção ao seu trabalho. O responsável pelos disparos fugiu de moto. Manifestantes opositores aos islâmicos acusam o governo de ser responsável pelo assassinato de Belaid, o que o Ennahda nega.

O partido disse que a manifestação deste sábado também protestaria contra a “interferência francesa” no país, devido aos comentários feitos pelo chanceler Manuel Valls, que denunciou o crime contra Belaid como um ataque “aos valores da revolução da Tunísia”.

A avenida Bourguiba, a mais importante de Túnis, estava movimentada na manhã deste sábado, com a reabertura de cafeterias e lojas depois da greve geral realizada na sexta-feira.

Os confrontos e protestos realizados na sexta colaboraram para uma crescente insatisfação na Tunísia, onde a transição do período ditatorial para a democracia vem enfrentando divisões religiosas, políticas e dificuldades econômicas. A Tunísia foi o primeiro país a se revoltar e derrubar um governo autoritário no contexto da Primavera Árabe , em 2011.

Diante da crise desencadeada com a morte de Belaid, o primeiro-ministro disse que dissolveria o governo atual e formaria um governo tecnocrata para conduzir o país até as eleições, mas o Ennahda, seu próprio partido, rejeitou a ideia logo em seguida.

Na sexta-feira, Jebali renovou sua proposta por um novo governo, o que representaria uma concessão de peso para a oposição do país. “Eu estou convencido de que essa é a melhor solução para a atual situação na Tunísia”, disse, oferecendo sua renúncia caso a assembleia não aceite sua proposta de gabinete.

Embora Jebali se mostre confiante de que conseguirá o apoio do Ennahda, a rejeição por parte de seu partido expõe as divisões entre os mais moderados e mais conservadores, e não deixa claro como o premiê pretende ter esse apoio.

Os tunisianos derrubaram o governo de Zine El Abidine Ben Ali em janeiro de 2011, dando início à Primavera Árabe. Dois anos depois, o partido moderado islâmico, Ennahda, venceu as eleições e tem governado em uma coalizão com partidos seculares.

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