Investigados por ligação com cartel mantêm cargos na CPTM e no Metrô
Pelo menos um funcionário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e um do Metrô de São Paulo, ambos investigados por suspeita de ligação com o esquema de cartel de trens no Estado, mantêm seus cargos nas estatais. José Luiz Lavorente, diretor de operação e manutenção da CPTM, e Décio Tambelli, assessor técnico e ex-diretor […]
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Pelo menos um funcionário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e um do Metrô de São Paulo, ambos investigados por suspeita de ligação com o esquema de cartel de trens no Estado, mantêm seus cargos nas estatais. José Luiz Lavorente, diretor de operação e manutenção da CPTM, e Décio Tambelli, assessor técnico e ex-diretor de operações do Metrô, são alvos dos inquéritos movidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).
Na última terça-feira, o Metrô exonerou o gerente de sistemas Nelson Scaglione, que também é investigado, do cargo que ocupava, mas o manteve como servidor da estatal. Uma empresa da qual ele foi sócio, a Celog, é suspeita de ter participação societária em outra companhia, a Façon, que foi subcontratada pela francesa Alstom para obras na Linha 2-Verde do Metrô.
Assim como Scaglione, Lavorente e Tambelli também são funcionários de carreira. Os três foram acusados de participação no esquema pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer. Ele escreveu um relatório não assinado, datado de 17 de abril de 2013, que posteriormente foi entregue à Polícia Federal pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. No documento, Rheinheimer diz que os três estavam “há mais de dez anos na folha de pagamento da MGE”, empresa que seria subcontratada pela Siemens com a função de pagar propina a agentes públicos.
‘Não fiz nada daquilo que sou acusado’, diz Lavorente
O engenheiro José Luiz Lavorente se defendeu das acusações, e afirmou que não desperdiçaria sua carreira se envolvendo no esquema criminoso. “Uma vida inteira dedicada ao trabalho não pode ser jogada na lama. Não fiz nada daquilo de que sou acusado. Sou vítima de uma denúncia falsa, da qual não tenho ideia da origem e desconheço a motivação. Não posso admitir que atinjam minha honra”, disse ele.
“Estou à disposição do Ministério Público e da Polícia Federal para quantas acareações forem necessárias, a qualquer tempo, em qualquer lugar”, afirmou o diretor de operação e manutenção da CPTM. “Prestei os esclarecimentos em todos os órgãos que me chamaram. (…) Abro espontaneamente meu sigilo bancário. Eu não devo, eu não tenho o que temer. Só tenho medo da mácula da honra.”
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