Enxurrada de tweets, debates intermináveis, jogos e montagens grotescas: do mais engraçado ao mais embaraçoso, quando se trata do bebê real, tudo é possível na internet.

O alerta foi dado quando uma foto de quatro “bebês gigantes” no metrô londrino — quatro homens barrigudos de fralda usando máscaras e coroas — começou a circular na rede no início de julho. Estava aberta a temporada do absurdo total.

Já não dá mais nem para contar o número de sites que propõem a montagem de “seu próprio bebê real” a partir de dados pessoais do internauta entediado.

Outros sites permitem criar montagens para saber como será o próximo monarca — pegando o cabelo de Kate, por exemplo, adicionando o nariz de William e talvez as sutis orelhas do príncipe Charles. Na página www.thepoke.co.uk, por exemplo, é possível dar à luz a combinações assustadoras.

Dezenas de aplicativos para smartphones com a temática real já estão disponíveis, incluindo alguns que permitem transformar as fotografias de seus filhos em retratos dignos de um príncipe ou princesinha.

Há também uma vasta gama de aplicativos de jogos como o “Royal baby slot machine” ou o “Royal baby run”. Neste último, o usuário deve conduzir o príncipe William num carro, com seu bebê no colo, evitando que eles caiam num precipício. A recompensa vem em forma de créditos que permitem desbloquear outros personagens: Charles, o mais barato, Kate, Harry e a rainha Elizabeth, de longe a mais cara.

Se quisermos sair da fantasia e passar para a realidade, a internet também é um prato cheio. É possível passar dias inteiros diante do “live stream” criado por diversos jornais como o The Sun ou o Daily Telegraph, que mostram sem parar uma imagem fixa da maternidade, mostrando a porta de madeira por onde devem sair William e Catherine com o bebê nos braços.

Na maior parte do tempo, nada acontece. Mas a cena fica cada vez mais engraçada com a chegada de pessoas que usam as câmeras para ter seus 15 minutos de fama. Com muita sorte é possível ver coisas muito criativas, como a mini-manifestação onde um grupo “fez refém” a câmera do Sun para pedir que o jornal pare de usar mulheres semi-nuas em suas páginas.

Enquanto primeiro “bebê real” da era da internet, o futuro monarca é tema de uma avalanche diária de tweets sobre sua chegada — incluindo inúmeras contas dedicadas apenas a notícias da futura realeza, ou a falta delas.

“Já temos um #RoyalBaby? Siga as atualizações!” diz a conta @RoyalBabyYet. Posts profundos respondem a questão: “Ainda não”.

Rumores de que Kate já teria entrado em trabalho de parto causam alvoroço e excitação no Twitter, mas até o momento todos eram alarme falso. Outras contas na rede social mostram solidariedade à futura mãe, lembrando que a quantidade de câmeras do lado de fora da maternidade devem fazê-la sentir-se como se estivesse num zoológico.

Como não poderia deixar de ser, o moderno rebento já tem diversas contas em seu próprio nome oferecendo “atualizações em tempo real” diretamente do ventre materno, enquanto perfis falsos de outros nobres também contam suas versões do assunto.

Mas a verdade é que em tempos de informação instantânea, a espera pelo bebê real começa a cansar. O colunista especializado na família real do jornal Daily Express, Richard Palmer, comparou os repórteres acampados em frente à maternidade aos veteranos que lutaram no Vietnã.

“Ainda não temos bebê real à vista. Ele deve estar chegando pelo Royal Mail”, diz @Charles_HRH, um perfil falso do príncipe Charles seguido por mais de 350.000 usuários.