As lideranças da Reserva Indígena de Dourados reivindicam a instalação de uma delegacia no local. O debate foi levantado ontem (22) durante reunião organizada pela Funai (Fundação Nacional do Índio) para discutir a atuação das forças de segurança pública na localidade. Os delegados da Polícia Civil alegam enfrentar dificuldades para investigar os crimes que ocorrem nas aldeias do município e já estudam junto à comunidade a possibilidade de criar mutirões.

“Nós temos uma certa dificuldade porque eles têm características da cultura, como migrar muito de uma aldeia para outra”, exemplificou o delegado titular do 1º DP (Distrito Policial), Lupércio Degerone Lucio. Segundo ele, recentemente foi encaminhada pela Funai uma lista de contatos de lideranças para subsidiar o trabalho das polícias na busca por suspeitos e testemunhas que possam colaborar com as investigações.

O delegado do SIG (Serviço de Investigações Gerais), Adilson Stiguivitis Lima, lembra que a dificuldade não impede que as investigações sejam concluídas, apenas tornam o trabalho mais difícil. “A gente nota que há uma resistência na comunidade e existem casos em que os próprios moradores protegem, ocultam o meliante. Mas, estamos tendo um apoio da Funai para dar andamento aos inquéritos”, afirma.

Segundo Lucio, a hipótese da delegacia na Reserva já havia sido cogitada em reunião semelhante à de ontem, organizada na aldeia Bororó no ano passado. A partir dessa sugestão a polícia já discute a possibilidade de realizar mutirões de atendimento.