Cerca de 50 indígenas permanecem na sede do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) na Via Park, em Campo Grande, para protestar por melhora no atendimento à saúde nas aldeias. Lideranças de oito etnias reclamam que falta estrutura para atender os índios e que mortes por problemas atendidos de maneira mais rápida poderiam ser evitadas.

Os índios ocupam o prédio, sede que coordena as ações da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) de maneira ífica e conversaram com os funcionários para que eles não trabalhassem hoje, uma forma de reunir mais pessoas na manifestação. Eles explicam que desde a mudança da atenção à saúde, que passou da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) para a Secretaria, a qualidade despencou.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Mato Grosso do Sul, Fernando Souza, diz que falta estrutura básica, como viaturas, remédio e médicos próximos as aldeias. “Não é bala que está matando o índio, é pneumonia e diarréia. Não tem médico e problemas que davam para tratar facilmente estão matando”, explicou.

Reginaldo Aquino da Silva tem, 34 anos e trabalha desde 2003 como agente de saúde na aldeia Panambizinho, em Dourados. Ele explica que desde que a saúde indígena migrou da Funasa para a Sesai, os problemas se agravaram.

“Entre 2010 e 2013 eu vi sete pessoas morrerem, na minha frente, por falta de atenção básica à saúde. No último caso, um índio aguardava por atendimento. Ele estava com pneumonia e o médico demorou três horas para chegar a aldeia. Quando chegou, ele estava morto”, afirmou.

Os índios vão se reunir esta tarde para definir se a manifestação continua no prédio do DSEI.