Imprensa condenou petistas à prisão perpétua, afirma Lula sobre mensalão
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, em entrevista ao jornal espanhol “El País”, o papel da imprensa durante o julgamento do mensalão. Segundo Lula, alguns petistas foram condenados pelos meios de comunicação à “prisão perpétua”. “Não se pode admitir que uma pessoa, depois que se submete a um processo em que nada foi […]
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, em entrevista ao jornal espanhol “El País”, o papel da imprensa durante o julgamento do mensalão. Segundo Lula, alguns petistas foram condenados pelos meios de comunicação à “prisão perpétua”.
“Não se pode admitir que uma pessoa, depois que se submete a um processo em que nada foi descoberto, não seja desculpada. Me preocupam essas condenações prévias. No caso dos companheiros do PT, eles já foram condenados previamente. Alguns meios de comunicação fizeram isso, independentemente do resultado do julgamento. [Foram] inclusive [condenados] à prisão perpétua. Alguns nem podem sair à rua”, disse o ex-presidente.
Mesmo assim, Lula disse defender a liberdade de imprensa e afirmou não ligar para as críticas que recebe nos meios de comunicação brasileiros.
“Nunca a imprensa brasileira falou bem de mim, mas nunca me importei com isso. Nunca pedi favores, nem os peço. Quem julga a imprensa são os leitores, o público”, disse.
O ex-presidente elogiou a história do PT que, segundo ele, “se converteu no mais importante partido de esquerda da América Latina”. Porém, para Lula, como o partido passou de pequeno para grande, “foram aparecendo defeitos. Gente que dá muita importância ao Parlamento e outras, a cargos públicos”.
“Queria dizer que as pessoas tendem a esquecer os tempos difíceis em que achavam bonito carregar pedra. A gente acreditava, era maravilhoso. Um grupo mais ideológico, as pessoas trabalhavam de graça, de manhã, à tarde e à noite. Agora você vai fazer uma campanha e todo mundo quer cobrar. Não quero voltar às origens, mas gostaria que não esquecêssemos para que fomos criados. Por que queríamos chegar ao governo? Não para fazer como os outros, mas para agir de maneira diferente”, afirmou Lula, nostálgico, quando o repórter do “El País” fez referência ao mensalão.
Lula elogiou o papel do governo nas investigações sobre corrupção no Brasil e afirmou que “só há uma maneira de não ser investigado no Brasil: não cometendo erros”.
“Duvido que haja no mundo uma nação com a quantidade de fiscalizações que existe no Brasil. Acho que 90% das denuncias são apresentadas pelo próprio governo. Contratamos policiais, reforçamos o serviço secreto, fortalecemos os controle das contas do Estado… Quanto mais transparência, melhor”, disse.
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