Henrique Alves diz que Câmara não foi comunicada da prisão de Genoino

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), criticou nesta terça-feira (19) o STF (Supremo Tribunal Federal) por não ter comunicado à Casa a prisão de José Genoino (PT-SP), deputado licenciado e preso após a expedição dos mandados de prisão pelo Supremo no último dia 15. “A Casa não recebeu nenhuma comunicação a respeito […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), criticou nesta terça-feira (19) o STF (Supremo Tribunal Federal) por não ter comunicado à Casa a prisão de José Genoino (PT-SP), deputado licenciado e preso após a expedição dos mandados de prisão pelo Supremo no último dia 15. “A Casa não recebeu nenhuma comunicação a respeito da prisão de um parlamentar, independente do mérito”, disse.

“Não estou aqui analisando o mérito de quem quer que seja. O dever protocolar [do STF], além da gentileza entre os Poderes, obrigaria esta Casa a ser comunicada imediatamente. Não o foi na sexta, não o foi no sábado, não foi no domingo, não foi na segunda, não foi na terça. Quero aqui revelar esta estranheza”.

Irmão defende Genoino

Em discurso inflamado na tribuna da Câmara dos Deputados, o líder do PT na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), saiu em defesa do irmão José Genoino. Disse que nem Genoino nem José Dirceu são “meliantes” ou “corruptores”.

Guimarães fez críticas à atuação do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, que, como relator da ação, determinou a execução das penas. “Não justifica essa condenação nem o espetáculo da prisão no feriado da Proclamação da República.”

O líder petista condenou a repercussão do caso e disse que concordou com a sua mãe, que afirmou que as prisões haviam tido “mais repercussão do que a visita do papa no Brasil”.

Sobraram também críticas aos partidos adversários. “O PT não é partido corrupto. (…) Quem fez negociata aqui dentro foi o PSDB que comprou reeleição”, disse, referindo-se à compra de votos durante o mandato de FHC para aprovar no Congresso a reeleição presidencial.

Guimarães declarou ainda que o julgamento tem o objetivo de interromper o processo de mudanças iniciado pelo partido. “A resposta virá em 2014.” Ele foi aplaudido por outros deputados petistas que estavam em plenário.

Ao descer da tribuna, recebeu, com os olhos marejados, o apoio de aliados que formaram uma fila para cumprimentá-lo. Em conversa com jornalistas, o deputado comentou que o irmão sofre de diarreia desde que foi preso e escarra sangue. “Eu vi, não é conversa fiada.” Segundo ele, Genoino reclamou da comida e ressaltou que, por ordem médica, ele tem uma série de restrições alimentares e que a mulher dele conversou com uma nutricionista para montar uma dieta.

Genoino foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão, em regime semiaberto, por corrupção ativa e formação de quadrilha, no caso do mensalão.

Genoino, que está licenciado de seu mandato na Câmara dos Deputados devido às suas condições de saúde, passou mal na prisão, segundo informaram seus familiares, e recebeu a visita de um médico no Complexo Penitenciário da Papuda. O médico constatou que Genoino estava com a pressão alta e bastante pálido, segundo relato de parentes. O Departamento Penitenciário Nacional, no entanto, negou a informação. Segundo seu irmão, o também deputado José Guimarães (PT-CE), ele corre “risco iminente de vida”.

Entre agosto e setembro deste ano, o petista passou quase um mês internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por conta de problemas cardíacos. Genoino foi submetido a uma cirurgia para correção de dissecção de aorta e teve também uma isquemia (obstrução da circulação sanguínea) cerebral leve.

No ano passado, José Genoino passou por exame de cateterismo para o desentupimento de uma artéria.

Conteúdos relacionados