Guaranis convocam outras etnias para resistir à reintegração em Japorã e temem por crianças

Os Guaranis Ñandeva, que ocupam a Terra Indígena Yvy Katu, em Japorã, distante 484 quilômetros de Campo Grande, aguardam pela chegada de índios de outras etnias para resistir à reintegração expedida pela Justiça Federal e prevista para ocorrer na quarta-feira (18). De acordo com a liderança, Estevão Freitas, 47 anos, oitos ônibus estão a caminho do […]

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Os Guaranis Ñandeva, que ocupam a Terra Indígena Yvy Katu, em Japorã, distante 484 quilômetros de Campo Grande, aguardam pela chegada de índios de outras etnias para resistir à reintegração expedida pela Justiça Federal e prevista para ocorrer na quarta-feira (18). De acordo com a liderança, Estevão Freitas, 47 anos, oitos ônibus estão a caminho do local.

Conforme a liderança, no momento, 4.500 índios estão na Yvy Katu, sendo boa parte crianças. “Cada barraco tem pelos menos três a quatro crianças”, afirma. Em nota divulgada no dia 12 de dezembro, os índios anunciaram o início de um ritual religioso “de despedida da vida da terra”, devido a autorização para a desocupação do local.

Na publicação, os índios chamam a atenção para as consequências do ritual. “Solicitamos ainda à presidenta Dilma, à Justiça Federal que decretou a nossa expulsão e a morte coletiva para assumir a responsabilidade de amparar e ajudar as crianças, mulheres e idosos (as) sobreviventes aqui no Yvy Katu que certamente vão ficar sem pai e sem mãe após a execução do despejo pela força policial”, afirmam.

Ao todo foram quatro reintegrações de posses expedidas pela Justiça Federal contrária à permanência dos indígenas na área, declarada em 2005 como terra indígena, onde incidem 14 propriedades rurais. De acordo com o advogado, Luiz Henrique Eloy, os despejos são referentes as fazendas Chaparral, Remanso Guasu, São Jorge (Agrolac) e propriedade menores da região.

O Tribunal Regional Federal a 3a. Região (TRF-3) recusou os agravos que pediam a suspensão das ações de despejo.

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