Presidentes de 16 Subseções da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul), do total de 31, realizaram na manhã desta quinta-feira (5) uma reunião do Colégio para discutir, entre outros pontos, o contrato firmado entre o prefeito Alcides Bernal e o presidente da Ordem, Julio César Rodrigues. Com discursos inflamados, a discussão tornou-se um verdadeiro ‘bate-boca’ entre juristas. O presidente na seccional não estava presente no encontro, mas disse que a reunião viola dispositivos legais e não pode ser considerada.

O presidente da OAB de Paranaíba – distante a 413 km de Campo Grande, Marcos Antônio Ferraz, questionou seus pares pedindo para que apontassem alguma irregularidade e tentou afastar especulações políticas do ‘julgamento’ de Julio. “Me aponte alguma irregularidade. Vamos ficar com esse racha por um achismo? Se há especulação política eu não concordo. Me falaram que era pra bater no Bernal e respingar no Delcídio. Julio não decide nada sozinho. Ele não favorece ninguém”, argumentou.

Outros presidentes por sua vez foram mais incisivos e teceram duras criticas, pedindo inclusive o afastamento do presidente da Ordem. No meio do fogo cruzado, Daniela Fernandes, de Jardim, lembrou aos demais que as decisões em relação a Julio não eram do Colégio. “Chegou ao limite, mas a decisão é do conselho federal e do juiz, não nossa”, destacou.

Estiveram presentes 16 presidentes, quatro diretores, um conselheiro federal e dois ex-presidentes. Grande parte do grupo presente atacou o presidente em suas declarações, aproveitando que Julio não estava presente para se defender.

A reportagem entrou em contato com o presidente da seccional que fez questão de deixar claro que a informação da reunião não chegou até ele, mas que vai contra dispositivos legais.

“Não chegou até mim. Eu tenho uma convocação para amanhã (6), marcada às 9h. A reunião de hoje contraria regulamento geral da OAB nacional, regimento interno da OAB MS e do Colégio de Presidentes. Não tenho nada contra a realização, tanto que convoquei o colégio para a sexta-feira. Não sei o que foi deliberado, mas não vou aceitar que violem a competência absoluta que é do conselho federal, que é quem tem capacidade para julgar”, encerrou.