Greve de vigilantes afeta comércio com falta de troco e preocupa com transporte de valores

Situação ocorre depois de três dias sem a abertura das agências bancárias, e pode piorar com a liberação do pagamento do comércio e dos servidores municipais. PM garante reforço na segurança

Depois de três dias com marioria das agências bancárias fechadas em Campo Grande, o comércio já sofre com a falta de dinheiro trocado nos caixas. Outra preocupação dos comerciantes é com a segurança na hora de realizar os depósitos das empresas, que agora não contam com o apoio dos carros fortes. A situação deve ficar ainda mais grave com a liberação do pagamento dos servidores municipais e do comércio, a partir de quinta-feira (7).

As agências bancárias não estão abrindo devido à paralisação dos vigilantes particulares, que cruzaram os braços na sexta-feira passada (1º), exigindo o cumprimento da lei federal 7.102, sancionada em dezembro pela presidente Dilma Rousseff, que determina um adicional de 30% de risco de morte no holerite da classe. De acordo com representantes dos vigilantes em Mato Grosso do Sul, não há prazo para o fim da paralisação.

“A preocupação é com a continuidade dessa paralisação. Hoje temos problemas mais na parte da manhã, quando chega a faltar troco, mas nos viramos. Porém estamos chegando no dia de pagamento de servidores e comércio, aí vai ser complicado”, relatou, na tarde desta terça-feira (4), Aline Carla Clink, gerente de uma loja de sapatos no centro da Capital.

Ainda segundo Aline, a loja está usando um “jeitinho” para poder atender os clientes, transferindo o troco destinado para o turno da tarde para o período matutino, quando a demanda é maior. “Aí a tarde já conseguimos nos virar”, afirmou a gerente.

Sem o auxílio dos vigilantes, a maior preocupação de outra parte do comércio é com os depósitos realizados pelas empresas. “É o maior problema, antes uma empresa realizava nossos depósitos, com carro forte, mas ela não está trabalhando com essa paralisação, então ficamos muito preocupados”, relatou Antônio Sobrinho, gerente adjunto de uma loja de eletrodoméstico, também na região central de Campo Grande. “Na época do pagamento, vai ser um perigo maior ainda”, completou.

“Também temos que pagar contas, além de receber, e o medo geral é com os pagamentos, quando vamos ter que tomar cuidado especial para não sermos roubados”, alertou Gilberto Januário, gerente de outra loja de sapatos no centro. O estabelecimento, inclusive, tomou “medidas especiais” para garantir a segurança dos depósitos da empresa.

PM garante segurança

A Polícia Militar está empenhando o máximo possível de efetivo, humano e material, para garantir a segurança das empresas e pessoas na região central da cidade. Os comerciantes que acharem necessário podem solicitar apoio da PM para realizar o depósito de valores.

“A PM está empregando viaturas da força tática, melhor aparelhadas, para dar apoio às empresas de segurança. Entendemos que essa é uma questão pública e não privada, já que se o comércio parar, o estado para também”, afirmou o tenente Maurício Pavão Flores, comandante da 3ª companhia do 1º BPM (Batalhão da PM), que cuida da área central da cidade.

Ainda segundo Pavão Flores, as empresas podem solicitar apoio da PM para realizar movimentações financeiras. “Realizaremos estudos caso a caso para ver a necessidade de cada empresa, e a PM vai trabalhar para dar esse apoio”, comentou.