Grandes varejistas aderem a plano de segurança para fábricas de Bangladesh

Quatro das maiores varejistas de roupas do mundo concordaram nesta segunda-feira em assinar um pacto para melhorar a segurança em fábricas de roupas em Bangladesh. Também hoje foram encerradas as buscas por corpos no local do pior acidente da indústria de confecções em todo o mundo. O número oficial de mortos do desabamento do Rana […]

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Quatro das maiores varejistas de roupas do mundo concordaram nesta segunda-feira em assinar um pacto para melhorar a segurança em fábricas de roupas em Bangladesh. Também hoje foram encerradas as buscas por corpos no local do pior acidente da indústria de confecções em todo o mundo. O número oficial de mortos do desabamento do Rana Plaza, ocorrido em 24 de abril, ficou em 1.127.

H&M, C&A, Primark and Inditex, proprietária da rede Zara, informaram que assinarão um contrato que exige que as empresas realizem inspeções de segurança independentes, publiquem relatórios sobre as condições das fábricas e cubram os custos de reparos nas fábricas. O documento também exige que elas parem de fazer negócio com qualquer fábrica que se recuse a fazer as melhorias necessárias.

As empresas entram para o grupo de varejistas que concordaram em assinar o acordo no ano passado: a PVH, que fabrica roupas com as marcas Calvin Klein, Tommy Hilfiger e Izod e a alemã Tchibo. As varejistas aceitaram o plano de segurança predial e contra incêndio, que tem força de lei e foi elaborado por grupos trabalhistas internacionais e de Bangladesh.

Outras marcas, porém, ainda se recusam a aderir ao projeto sob os argumentos de que ele possui força de lei e é “caro”.

A Primark é uma das poucas varejistas a terem reconhecido que suas roupas eram produzidas em fábricas que funcionavam no Rana Plaza, quando o edifício desabou.

O governo de Bangladesh também concordou nesta segunda-feira em permitir que os trabalhadores de confecções formem sindicatos sem a permissão dos donos das fábricas. A decisão foi tomada um dia depois do anúncio de um plano para elevar o salário mínimo dos trabalhadores dessas empresas. As duas medidas são vistas como uma resposta direta ao desabamento do prédio de oito andares, que abrigava cinco confecções.

A organização Clean Clothes Campaign, que busca melhores condições de trabalho na indústria de confecção, elogiou a decisão da H&M, afirmando que ela vai pressionar outras empresas a aderirem ao plano.

As condições de trabalho na indústria de confecção de Bangladesh são horríveis, resultado da corrupção no governo, do desespero dos trabalhadores para conseguir um trabalho e da indiferença da indústria. O salário mínimo dos trabalhadores das fábricas de roupas equivale a cerca de US$ 38 por mês e está entre os mais baixos do mundo.

Mohammed Amir Hossain Mazumder, vice-diretor do serviço de bombeiros e da defesa civil, disse à Associated Press que as buscas por corpos do desabamento de 24 de abril foram encerradas às 18h de hoje (horário local). “Agora, o local será entregue à proteção da polícia. Não haverá mais atividades dos bombeiros ou do Exército.”

Escavadeiras e outros veículos foram retirados da área, que será isolada, e bandeiras vermelhas foram erguidas no perímetro para impedir a entrada de pessoas.

O último corpo foi encontrado na noite de domingo. Uma cerimônia religiosa especial será realizada amanhã em homenagem aos mortos, disse o general de brigada do Exército Mohammad Siddiqul Alam Shikder. As informações são da Associated Press.

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