Governo pode importar ainda mais médicos
Mesmo com médicos estrangeiros recebendo sem trabalhar, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já pensa em realizar um novo contrato para recrutamento de profissionais importados para o Mais Médicos. Antes de o acordo de R$ 511 milhões com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que previu o recrutamento de 4 mil profissionais ser concluído, e […]
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Mesmo com médicos estrangeiros recebendo sem trabalhar, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já pensa em realizar um novo contrato para recrutamento de profissionais importados para o Mais Médicos.
Antes de o acordo de R$ 511 milhões com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que previu o recrutamento de 4 mil profissionais ser concluído, e tendo boa parte dos 400 primeiros profissionais ganhando atualmente sem trabalhar, Padilha já planeja ampliar os convênios para poder atender à demanda das prefeituras. Todas as estratégias serão adotadas para que os 16 mil profissionais requisitados pelos municípios inscritos no Mais Médicos sejam atendidos até meados de 2014. E não está descartado um novo convênio com a Opas.
Até agora, do minguado número de profissionais participantes do programa, a maior parte foi recrutada no convênio com a Opas. Estão no País 2,4 mil cubanos – 2 mil em treinamento. Outros 400 chegaram em agosto, já foram treinados mas apenas uma pequena parcela atua – um atraso provocado em parte pela resistência dos Conselhos Regionais de Medicina em conceder o registro profissional aos estrangeiros e também pela demora do governo no envio dos documentos necessários para que tal licença fosse expedida.
Justamente por isso, a aprovação do Mais Médicos na Câmara semana passada foi considerada como um novo início pelo ministro. Um empurrão para um programa que até agora andava aos solavancos: com gastos, muita polêmica, boa aceitação popular, mas pouco resultado prático. Algo que precisava ser mudado, sobretudo pelo fato de ele ser considerado como a principal bandeira para campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff e para a candidatura do ministro da Saúde ao governo paulista.
Balanço
Diante dos números acanhados de atendimento apresentados até agora, o ministro desconversa. “O programa está no começo. O primeiro passo já foi dado, que é a segurança jurídica da iniciativa e, em breve, o marco legal”, disse ao Estado. Ele afirmou não ter dúvida de que, até o fim do primeiro semestre do próximo ano, a demanda de médicos das 4 mil cidades inscritas no programa será atendida.
Com a aprovação na Câmara, o problema do atraso do trabalho dos estrangeiros é visto como algo do passado. Graças a um acordo feito no Congresso, o governo dá como certa a aprovação no Senado nesta semana.
A ideia do ministério da Saúde é apressar a entrada em vigor da lei e, com ela, uma regra que passou a valer bastante neste início tumultuado do programa: o direito de registrar por conta própria os profissionais, atividade até hoje desempenhada pelos conselhos.
Pelas contas do governo, serão gastos até fevereiro pelo menos R$ 526 milhões – a maior fatia para pagamento de médicos cubanos recrutados pela Organização Pan-Americana de Saúde. Hoje, são 577 brasileiros e 443 estrangeiros. Dos 680 profissionais estrangeiros inscritos no programa, pelo menos metade não havia recebido a autorização até o início da semana. Na última quinta-feira, 10, a situação havia melhorado, mas ainda estava longe de ser ideal: faltavam 237 autorizações. Na quarta-feira, 16, o atraso para o início das atividades de todos os estrangeiros completa um mês.
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