Governo chinês proíbe construção de prédios públicos

O governo chinês emitiu nesta terça-feira (23) uma ordem proibindo a construção de novos prédios oficiais nos próximos cinco anos. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, a medida faz parte da “campanha de frugalidade” liderada pelo presidente do país, Xi Jinping. O anúncio ocorre em meio à desaceleração da economia chinesa e ao plano […]

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O governo chinês emitiu nesta terça-feira (23) uma ordem proibindo a construção de novos prédios oficiais nos próximos cinco anos. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, a medida faz parte da “campanha de frugalidade” liderada pelo presidente do país, Xi Jinping.

O anúncio ocorre em meio à desaceleração da economia chinesa e ao plano de reformas do governo, que busca um modelo de crescimento menos dependente de investimentos públicos.

“A ordem exorta todos os órgãos do Partido Comunista e do governo a serem frugais e assegurar que os gastos oficias sejam destinados ao desenvolvimento da economia e a melhorar o bem estar da população”, de acordo com a Xinhua.

A determinação de “apertar o cinto” e enxugar custos com banquetes, viagens e carros oficiais já constava no orçamento nacional para este ano anunciado em março, quando Xi tomou posse.

O governo não informou quanto espera economizar com os cinco anos de congelamento nas construções.

No orçamento divulgado em março, de US$ 1,12 trilhão, não é detalhada a parcela destinada a prédios públicos. A fatia oficial deste bolo em gastos militares é de US$ 119 bilhões, 10,7% maior que no ano passado.

A medida baixada hoje pelo PC chinês reforça o tom de frugalidade imposto pelo novo presidente, que declarou guerra à corrupção e às extravagantes despesas de membros do partido.

Repetindo o alerta do governo que o antecedeu, Xi declarou que a corrupção nos círculos oficiais tornou-se endêmica a tal ponto que tornou-se uma ameaça à permanência do Partido Comunista no poder.

Uma série de escândalos de desvios em obras públicas enfureceu a opinião pública nos últimos anos, aumentando a pressão para que o governo agisse, mas construções faraônicas continuaram a ser erguidas.

Em 2007, uma ordem já havia tentado conter os excessos, com uma lista detalhada de construções proibidas em prédios oficiais, incluindo lobbies suntuosos, restaurantes, jardins e palcos com sistemas de som.

Embora a cruzada anticorrupção tenha levado algumas autoridades ao banco dos réus, ela é vista com ceticismo por muitos ativistas, que a consideram um jogo de cena, ou mero acerto de contas dentro do partido.

Ao mesmo tempo, o governo tem apertado o cerco aos críticos. Vários militantes de grupos anticorrupção foram presos recentemente, após participarem de atos em defesa de maior transparência nos gastos públicos.

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