Gastos nas férias podem crescer até 100% e exigem planejamento, diz educador financeiro

No mês de julho os gastos são mais altos para quem tem filhos por causa das férias escolares. A família precisará desembolsar com viagens ou, se ficar em casa, com o aumento das despesas pelo fato de as crianças passarem mais tempo ligadas na televisão e no computador e também porque querem fazer passeios. Os […]

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No mês de julho os gastos são mais altos para quem tem filhos por causa das férias escolares. A família precisará desembolsar com viagens ou, se ficar em casa, com o aumento das despesas pelo fato de as crianças passarem mais tempo ligadas na televisão e no computador e também porque querem fazer passeios. Os custos podem ficar até 100% acima dos habituais, de acordo com a projeção do educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Dsop Educação Financeira. Por isso, é aconselhável fazer um planejamento para o período.

“Quando estamos em casa abrimos mais a porta da geladeira, tomamos mais banhos, acendemos mais as luzes, assistimos mais televisão e usamos mais o computador. Isso pode elevar de 20% a 30% os gastos de uma família, ou até mais. Todos devem ficar atentos aos exageros. Com saídas para passeios em shoppings e afins o custo pode subir até 50%. Se a família for viajar, dependendo de para onde, pode ter gastos extras equivalentes à renda de um mês”, analisa Domingos.

De acordo com ele, a melhor forma de evitar que as despesas da época de férias desestabilizem o orçamento é fazer um diagnóstico prévio da situação financeira para determinar como todos devem se comportar. No caso de uma viagem, a organização deve começar meses antes. O ideal é poupar ou pagar com antecedência as passagens e os hotéis. Dessa forma, a família evita usar o dinheiro da planilha do mês de julho com essas despesas. Nas duas situações, é importante que o esforço para economizar ou não extrapolar seja negociado com todos os membros da família.

“Cabe aos pais conversar um pouco mais. Fazer reunião entre a família, as crianças. O problema é que a gente não fala e o grande segredo está em apresentar o problema. Como está a situação financeira e como gostaríamos que ela ficasse. O que vai inibir efetivamente o gasto excessivo é a conscientização da família como um todo e estabelecer projetos. O dinheiro é só um meio para realizá-los. Para a família investidora, poupadora, tudo fica mais fácil. Mas infelizmente a grande maioria das famílias não está nessa situação. A maior parte delas está endividada e precisando se organizar para retomar o controle”, ressalta o educador financeiro.

Segundo ele, conversar com as crianças sobre orçamento fica mais fácil quando há a apresentação de um objetivo atraente para elas. “Muitas vezes o que se diz é apenas ‘olha, filho, vamos economizar?’. Mas da mesma forma que o adulto diminui despesas quando há algo interessante para ele, com a criança não é diferente. Fale com a criança que o que ela quiser, ela pode, desde que ela economize para isso e volte para ela como um sonho realizado”, destaca.

Para a psicóloga e escritora Lívia Borges, os pais podem aproveitar o período para ir na contramão do consumismo, investindo em programas gratuitos e em tempo maior com a família. “Os pais ficam muito presos a shopping ou colônia de férias. Isso acaba restringindo muito para quem tem um poder aquisitivo menor. Dá para ter criatividade, procurar alternativas culturais gratuitas ou com tarifas reduzidas. Deixar as crianças com os amigos, combinar com outros pais de organizar aniversário de bonecas ou piquinique. Não ficar focado apenas em fazer coisas, mas aproveitar esse tempo para estar mais próximo do seu filho.

Arrumar o armário de brinquedos, levar para uma instituição carente. Momentos lúdicos que não necessariamente têm a ver com dinheiro”, sugere.

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