Gasto de deputados federais em postos de gasolina chega a quase R$ 8 mi

De janeiro a junho deste ano, a Câmara dos Deputados gastou R$ 7,8 milhões para reembolsar os gastos de parlamentares com combustíveis e lubrificantes. Cada parlamentar tem direito a consumir R$ 4,5 mil mensais para abastecer veículos usados no exercício do cargo. No Senado, os valores chegam a ultrapassar os R$ 20 mil. Notas de […]

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De janeiro a junho deste ano, a Câmara dos Deputados gastou R$ 7,8 milhões para reembolsar os gastos de parlamentares com combustíveis e lubrificantes. Cada parlamentar tem direito a consumir R$ 4,5 mil mensais para abastecer veículos usados no exercício do cargo. No Senado, os valores chegam a ultrapassar os R$ 20 mil. Notas de postos de combustível de parentes dos deputados e estabelecimentos que foram doadores em suas campanhas estão entre os documentos apresentados.

De acordo com a publicação, no primeiro semestre, dez deputados gastaram até o último centavo a que têm direito e apresentaram apenas uma nota por mês com o valor total da cota, sempre em seus Estados de origem, nos mesmos estabelecimentos ou pertencentes ao mesmo dono. Entre eles está Davi Alcolumbre (DEM-AP), que gastou toda a sua cota no posto Salomão Alcolumbre & Cia. LTDA, em Macapá. O mesmo sobrenome não é coincidência. Salomão, ex-suplente de José Sarney e falecido em 2011, era tio do parlamentar. O posto continua sob o comando da família.

A utilização da cota para ressarcimento de despesas relativas a bens fornecidos ou serviços prestados por empresa da qual o proprietário ou detentor de qualquer participação seja o deputado ou parente de até terceiro grau é proibida pelas normas de uso da verba indenizatória. O chefe de gabinete do parlamentar alegou que a família Alcolumbre é dona de cerca de 70% dos postos de combustível do Amapá, o que torna “inviável não abastecer na empresa de parentes”.

Só há restrição no Senado para o uso de combustível nos carros oficiais. Nesse caso, a cota é de 300 litros de gasolina por mês ou 420 litros de álcool. Já o reembolso de combustível usado em outros veículos, desde que seja justificado pelo exercício da atividade parlamentar, pode chegar mensalmente a valores entre R$ 21 mil e R$ 44 mil, que são os limites máximos da verba indenizatória, dependendo do Estado de origem do parlamentar.

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