A direção e servidores do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG), na Capital, realizaram nesta quinta-feira (24) uma operação padrão para fiscalizar a saída de detentos para o trabalho.

A iniciativa foi uma continuidade ao trabalho de mapeamento para analisar o tempo médio gasto pelos detentos que cumprem pena em regime semiaberto, e que trabalham em empresas fora do presídio, para chegar ao local de trabalho e retornar à unidade após o expediente. Essa já foi a quarta ação desenvolvida no sentido de controlar o horário dos internos.

Iniciado no ano passado, o principal objetivo desse mapeamento é adequar os horários de entrada e saída dos internos, através de um levantamento detalhado de localidade, distância e meio de transporte utilizados. Segundo o diretor do CPAIG, Tarley Cândido Barbosa, na época, foi verificado que uma média de 85% dos reeducandos tinham um horário muito além do necessitado para o percurso.

“Detectamos que alguns precisavam de um tempo menor do que o estipulado anteriormente e outros maior. A nossa preocupação era de que este período em que estavam fora da unidade, e dentro do horário permitido para se apresentar, fosse utilizado de forma errada”, comenta Tarley.

Conforme o dirigente, esse trabalho de monitoramento precisa ser constante para que tenha a eficácia esperada. “Verificamos se internos que estão cadastrados como usuários de ônibus, por exemplo, que permite um tempo maior para deslocamento, não estão utilizando outro meio de transporte”, explica.

Dos 589 detentos que cumprem pena no presídio, 446 estão trabalhando dentro ou fora da unidade de regime semiaberto. Porém, o diretor destaca que, cada vez mais, está sendo oferecido trabalho na própria unidade prisional, já sendo hoje superior o número de reeducandos trabalhando intramuros. “Temos 234 trabalhando na Gameleira e outros 212 prestando serviço em empresas fora, por meio de convênios”, informa.

Essa ampliação de serviço aos detentos no próprio presídio – o que facilita o controle dos presos – se deve à implantação de oficinas por meio de parcerias da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e do Conselho da Comunidade de Campo Grande com empresas particulares. “Temos atualmente oficinas para fabricação de portão de elevação, cadeira e fios, armação de ferragem e produção de contêiner, pisos e calçamentos, artefatos de cimento, montagem de kit escolar e beneficiamento de crina”, detalha.

Para o diretor da unidade, o trabalho dentro ou fora da unidade traz inúmeros benefícios aos internos, além de renda para a família e possibilidade de remição de pena. “Este processo todo inibe a criminalidade, proporciona uma maior inserção social e resgate do ser humano”, finaliza.