Funcionários do Maracanã ameaçam greve nesta sexta-feira

As obras no Estádio do Maracanã podem sofrer nova paralisação. Com inauguração prevista para 24 de maio, depois do prazo ser adiado por duas vezes, o Consórcio Maracanã está sob ameaça de ver seus funcionários cruzarem os braços em busca de melhorias trabalhistas. Representados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada (Sitraicp), os […]

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As obras no Estádio do Maracanã podem sofrer nova paralisação. Com inauguração prevista para 24 de maio, depois do prazo ser adiado por duas vezes, o Consórcio Maracanã está sob ameaça de ver seus funcionários cruzarem os braços em busca de melhorias trabalhistas.

Representados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada (Sitraicp), os empregados vão se reunir, na tarde desta sexta-feira (15/2), na sede do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), para ouvir, durante assembleia, a contraproposta dos empregadores. O estádio receberá a estreia da Copa das Confederações de 2013, marcada para 13 de junho.

De acordo com o presidente do Sintraicp, Nilson Duarte, caso a proposta feita ao sindicato patronal (reajuste salarial de 15%; cesta básica de R$ 330; plano de saúde também para familiares; participação nos lucros de dois salários, além de hora extra de 100%) não seja atendida, a paralisação terá início logo após a assembleia.

“Temos de analisar a contraproposta, ver em quanto o ganho real dos trabalhadores pode aumentar. O que temos certo é que se o reajuste for menor do que 12%, cruzaremos os braços automaticamente”, ameaçou o sindicalista.

Na semana passada, segundo Duarte, a proposta apresentada pelo Consórcio Maracanã foi de aumento de 8% além de cesta básica de R$ 250 e bonificação de R$ 150.

“É muito pouco. Queremos exatamente o que pedimos. Não adianta dizer que vão sortear 50 motos e distribuir ingressos para a partida de inauguração. Isso é engodo. Queremos é o essencial para o trabalhador”, avaliou o presidente do Sintraicp.

Carpinteiro no canteiro de obras do Maracanã há seis meses, onde trabalha para a Concrejato, Ademar Porcino, 50 anos, mostrou-se satisfeito com seus rendimentos e benefícios.

“O que eu ganho aqui é mais do que ganhei em outros empregos, na maioria, informais. Mas, acredito que estender o plano de saúde à família e aumentar o salário são mais incentivos para o nosso trabalho. Dá mais tranquilidade”, afirmou Porcino, morador de Duque de Caxias.

Procurado, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) não comentou as propostas ou a ameaça de greve.

Maracanã em números

Orçada em R$ 869 milhões, a reforma do Maracanã mobiliza um exército de trabalhadores: 5,5 mil. O grande número de empregados pode ser explicado pela preocupação em entregar a obra dentro do novo prazo informado à FIFA. Inicialmente, o estádio, cuja reforma começou em dezembro de 2009, deveria ter sido entregue em dezembro de 2012. Esse prazo foi adiado para fevereiro de 2013 e, posteriormente, 15 de abril de 2013. Agora, a inauguração está marcada para o dia 28 de maio deste ano.

Ao longo das obras, o Consórcio Maracanã enfrentou duas greves de operários, em agosto e setembro de 2011.

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