A entrada de uma onda de frio no Sul do país derrubou as temperaturas nesta segunda-feira (22) mas não provocou prejuízos às lavouras das principais commodities agrícolas brasileiras, informou nesta segunda-feira a Somar Meteorologia.

No entanto, não estão descartados riscos de geada para os próximos dias. Segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar, as lavouras de trigo do Paraná são as mais suscetíveis às mudanças do clima.

“As lavouras no Estado estão em fase de formação e temperaturas frias nesses casos são prejudiciais”, disse Santos. Segundo técnicos do governo paranaense, cerca de 40% das lavouras plantadas com o cereal –que produz praticamente metade do trigo brasileiro– estão em fases vulneráveis a baixas temperaturas.

Para o Rio Grande do Sul, outro importante produtor de trigo, os riscos não se mostram tão graves.

Plantios de café e cana-de-açúcar em estado de observação

Para o café, ainda não há registros de prejuízos. Mas o frio dos próximos dois dias merece atenção dos produtores, segundo a Somar. Na semana passada, o café registrou alta na bolsa de Nova York, com preocupações do mercado quanto a uma queda de produção no Brasil, principal produtor e exportador da commodity.

“As temperaturas no norte do Paraná estão bastante baixas. Isso pode causar algum dano”, disse Marco Antônio dos Santos.

O Paraná responderá por cerca de 4% da produção nacional de café neste ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Danos aos cafezais também teriam impacto para as futuras safras, deixando plantas enfraquecidas e com menor capacidade de produção.

Para as áreas plantadas com cana-de-açúcar no norte do Paraná, sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul, há risco de geadas nas próximas duas madrugadas, mas sem danos significativos previstos.

“A colheita da cana vai ter que ser antecipada se houver geada, mas isso não significa prejuízo. Depende muito do estágio da lavoura”, afirmou o agrometeorologista.