Francisco diz a bispos que a Igreja tem de ficar perto do povo

Em encontro com membros do Comitê de Coordenação do Conselho Episcopal da América Latina (Celam), o papa Francisco defendeu que os bispos devem se aproximar do povo e o exercício das virtudes de paciência e misericórdia. “Homens que amem a pobreza e que não tenham psicologia de príncipes. O lugar onde o bispo pode estar […]

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Em encontro com membros do Comitê de Coordenação do Conselho Episcopal da América Latina (Celam), o papa Francisco defendeu que os bispos devem se aproximar do povo e o exercício das virtudes de paciência e misericórdia. “Homens que amem a pobreza e que não tenham psicologia de príncipes. O lugar onde o bispo pode estar com o seu povo é triplo: ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê-lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se desgarre”, disse em reunião no centro de estudos da residência oficial da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no Sumaré, zona norte do Rio.

De acordo com o papa, é preciso renovação da Igreja. Ele ponderou que ela está ocorrendo, porém com atraso em algumas regiões.“Creio e não se ofendam, que estamos muito atrasados”, ao mencionar o trabalho nas pastorais na América Latina.

No encontro, foi discutido o documento da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida, no mês de maio de 2007.

Na avaliação do papa, a Conferência de Aparecida propôs a conversão pastoral e um exame de consciência dos bispos. O pontífice indicou aos bispos que a Igreja não deve ser de centro, mas de periferias. “O discípulo-missionário é um descentrado. O centro é Jesus Cristo, que convoca e envia. O discípulo é enviado para as periferias existenciais. A Igreja é instituição, mas, quando se erige em centro, se funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG [organização não governamental]”, revelou.

Para o arcebispo de Williams, nas Antilhas Holendesas, Luiz Antonio Secco, o papa indicou a necessidade de que a Igreja está a par de seu tempo. “Ele mostrou como podemos atualizar o documento de Aparecida, que nos mostrou que a Igreja tem que se renovar no espírito e que a estrutura tem que estar disponível às mudanças da época atual. O papa indicou como o bispo tem que estar junto ao povo sem cair em clericalismo e em uma Igreja longe dos fiéis”.

Já o arcebispo da Península de Yucatan, no México, Emilio Berlie, destacou a preocupação de Francisco com a missão pastoral. Segundo ele, este será um dos temas da reunião de amanhã (29) do Celam, da qual participarão todos os 50 bispos. Para o arcebispo, o papa vai fortalecer ainda mais o conceito de aproximação da Igreja com os fiéis onde eles estejam.

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