Fenapaf cita “atropelamento” do Bom Senso junto à CBF e teme ruptura

Os últimos dias têm sido conturbados nos bastidores do futebol brasileiro. O Bom Senso FC, grupo criado para conseguir mudanças no futebol brasileiro, expandiu sua área de atuação e se envolveu no caso de atraso de salários no Náutico. A troca de farpas públicas com a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) foi […]

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Os últimos dias têm sido conturbados nos bastidores do futebol brasileiro. O Bom Senso FC, grupo criado para conseguir mudanças no futebol brasileiro, expandiu sua área de atuação e se envolveu no caso de atraso de salários no Náutico. A troca de farpas públicas com a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) foi retomada, sem deixar de pressionar a CBF, dentro e fora de campo, pelas exigências feitas. O momento conturbado preocupa Rinaldo Martorelli, presidente da Fenapaf, que teme que o “atropelo” do processo de negociação cause uma ruptura total entre os interessados.

“Se a gente conseguisse trabalhar dentro de um conceito que seja razoável a todos… Tem uma coisa importante: enquanto o Ricardo Teixeira esteve à frente da CBF, nós não conseguimos negociar. Há uma mudança de quadro, e é recente”, disse ao Terra, antes do Simpósio da entidade, realizado na manhã desta segunda-feira, no Museu do Futebol, em São Paulo. Ele se referia à entrada de José Maria Marin na presidência da entidade. “Você não consegue nada em duas sentadas. É uma coisa que se vem construindo”, afirmou.

O Bom Senso, que no final de semana mais uma vez se manifestou dentro de campo para pressionar a CBF, não tem tomado esse ritmo. “O movimento chega e dá uma atropelada nisso”, disse Martorelli. “Não deixa de ter razão, mas temos que ter um pouco mais de paciência”, complementou. Diante do atraso de salários no Náutico, por exemplo, o Bom Senso ameaçou greve com paralisação do Campeonato Brasileiro, duas rodadas antes de seu término e com o clube pernambucano já sem pretensões, rebaixado à Série B.

O grupo, capitaneado por nomes como Paulo André, presente no Simpósio, tentou abrir negociação com a CBF, mas se disse ignorado em temas mais complexos como limitação do número de jogos e fair play financeiro. Houve cessões, como admitir que mudanças seriam inviáveis para 2014, ano em que o País sediará uma Copa do Mundo, causando alterações drásticas no calendário. Na opinião de Martorelli, se o Bom Senso FC tentar brigar por mudanças drásticas para a próxima temporada, por exemplo, pode ocorrer uma ruptura.

“Eu acho que vai afetar a todos. Afeta a televisão, que vai para cima do clube, que vai para cima do jogador. Aí eu vejo com muita preocupação. Mas se for esse o caminho, vamos apoiar”, disse. “Nós temos que ser responsáveis. Estamos há muito tempo nisso, então as pessoas sabem que não estamos negociando com cartas na manga. Há uma confiança na negociação”, explicou.

O evento em São Paulo marcou a aproximação das partes: Bom Senso e Fenapaf agora devem dialogar de modo que um não atrapalhe o trabalho do outro. “Acho que agora o momento é de reflexão para que possamos encaminhar propostas que sejam cabíveis e executáveis”, complementou Rinaldo Martorelli. Isso ocorrerá mesmo em caso de ruptura. “Se for esse o caminho, estaremos apoiando também.”

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