As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) declararam hoje (8) que, apesar dos avanços na discussão do tema da participação política das Farc, em um eventual processo de paz, ainda não há possibilidade de firmar um acordo com o governo sobre esse ponto da agenda de negociação – o segundo item da pauta.

“Estamos construindo os acordos, mas todavia não há um consenso”, disse à imprensa em Havana, capital cubana, o negociador-chefe das Farc, Iván Márquez.

Ele descartou que seja possível conseguir terminar o diálogo sobre o tema até o próximo domingo (13), dia em que termina o décimo quinto ciclo de conversações. Márquez admite que existam “certos avanços nesta rodada de negociação, mas, ainda, sem um desfecho.

O primeiro acordo parcial entre o governo e as Farc, sobre o desenvolvimento agrário, foi firmado em maio, após seis meses de conversas. A mesa de negociação, em Havana, foi aberta em novembro do ano passado.

A guerrilha também fez ao Ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, a quem chamou de “obstinado franco-atirador”. Para as Farc, Pinzón não está “a favor dos diálogos em Havana”.

“Temos a impressão de que o ministro não está falando a mesma linguagem do governo, ao contrário, está subordinado à linha contra a paz do inimigo número um da solução política, o Álvaro Uribe”, disse Márquez.

Nessa segunda-feira (7), as Farc acusaram o ministro da autoria de uma proposta de “criminalizar” protestos sociais no país. Pinzón se defendeu das acusações dizendo que o “governo promoverá os protestos sempre que respeitem direitos dos cidadãos”.

Em agosto, um nacional agrário bloqueou as principais rodovias colombianas por quase duas semanas, causando problemas de abastecimento no país. O governo conseguiu negociar com os líderes do movimento camponês, mas acusou as Farc de infiltrar integrantes nas manifestações.