Faltam ciclovias e as prontas são ruins, diz quem usa bicicleta para ir ao trabalho

No último domingo dois ciclistas morreram atropelados em vias da Capital. Quem usa as ciclovias para se locomover diz que projetos da gestão passada são ruins e pede mais opções.

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No último domingo dois ciclistas morreram atropelados em vias da Capital. Quem usa as ciclovias para se locomover diz que projetos da gestão passada são ruins e pede mais opções.

Mesmo com os planos da Prefeitura de Campo Grande, de somar mais de 10,8 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, aos 85,72 quilômetros de vias exclusivas para ciclistas na cidade, quem anda de bicicleta por lazer ou na hora de ir ao trabalho reclama. Os usuários acreditam que o número ainda é insuficiente e que as já existentes são mal planejadas, não dando a segurança necessária.

A Orla Morena II, da Rua Plutão até a Avenida Mato Grosso, receberá 2,2 quilômetros, e o Parque Linear Córrego Bálsamo, receberá 4,6 quilômetros de ciclovia. Quatro quilômetros de ciclofaixas serão instalados da vila Popular até o Aeroporto.

A iniciativa é capaz de diminuir o número de acidentes envolvendo ciclista em Campo Grande, mas ainda não anula o risco. No último domingo (20), dois idosos que conduziam bicicletas morreram em duas vias que possuem trechos com ciclovias e ciclofaixas.

Dacilvo Antônio de Souza, de 72 anos, morreu por volta das 19h30min após ser atropelado por um Monza, na Avenida Euler de Azevedo, nas imediações do Tênis Clube. O segundo caso ocorreu no começo da tarde, quando Nicomendes da Silva, de 74 anos, também foi atropelado por um Renault Kangoo na Avenida Duque de Caxias, na região oeste da cidade.

A Avenida Euler de Azevedo possui 2,14 quilômetros de ciclovia e a região Imbirussu/Serradinho, onde está a avenida Duque de Caxias, possui 10,58 quilômetros.

Ciclistas atribuem acidentes a falhas em ciclovias

Os acidentes, mesmo nestes locais, podem ser explicados pelos problemas estruturais apontados pelo ciclista José Albissú, de 63 anos. “Falta ainda as ciclovias serem feitas com mais responsabilidade. Embora ajudem bastante, muitas vezes os ciclistas vão pedalando e de repente saem dessa via para trechos em que elas não têm continuidade. Como acontece na Avenida Mato Grosso. Na saída para São Paulo, as ciclovias atravessam as avenidas por várias vezes”, explica.

Comerciário, José acredita que é necessário um planejamento para que as ciclovias se unam umas as outras. “Elas não devem ser feitas para pessoas que vão passear no domingo. É fundamental que sejam feitas pensando como alternativa de transporte ao trabalhador”, afirma. Além disso, ele aponta casos de risco em que ciclovias são instaladas em sentido contrário ao dos carros e, até mesmo, ao lado de faixas de alta velocidade.

Para vias onde não é possível a instalação de ciclovias, os usuários sugerem a sinalização das ruas. Com hábito de ir há quatro anos de bicicleta para o serviço, Júlio César Francos de Oliveira, de 40 anos, acredita que a ideia seria uma boa opção. “Já me acidentei por conta disto. A sinalização, indicando faixas exclusivas para ciclistas, ajudaria a ganharmos respeito”, afirma.

Ele ainda aponta a alternativa de rodízios de carros. “Tem inúmeras pessoas que trabalham próximo ao serviço e vão de carro. Com o rodízio elas seriam obrigadas a adotar outro meio de transporte, e um deles é a bicicleta, que contribuiria também para a saúde delas”, analisa. José sugere que estas sejam feitas no lado direito das vias.

De acordo com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), em 2012, dos 51% (6.228) acidentes com vítimas, 3% (322) envolviam ciclistas dos acidentes, destes 11% (6) foram fatais.

A assessoria de imprensa da Prefeitura não indicou o prazo e nem o valor dos recursos que serão utilizados para execução das obras das novas ciclovias, apenas os 4,6 quilômetros do Parque Linear Córrego Bálsamo, tem assinatura da ordem de serviço prevista para o dia 10 de maio de 2014.

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