Falta de vagas em instituições de longa permanência deixa 17 idosos sem abrigo
A falta de vagas é um problema crônico da cidade que não tem nenhuma instituição 100% municipalizada e pública
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A falta de vagas é um problema crônico da cidade que não tem nenhuma instituição 100% municipalizada e pública
Atualmente 17 idosos aguardam na fila para serem acolhidos por unidades de longa permanência em Campo Grande, conveniadas com o Sistema Público de Saúde (SUS). A falta de vagas é um problema crônico da cidade que não tem nenhuma instituição 100% municipalizada e pública.
A Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) disse não poder divulgar quem são os idosos devido ao crítico período que se dá entre a retirada do idoso do lar familiar para as unidades e a demora na adaptação, que dura de dois a três meses.
Atualmente três instituições recebem usuários conveniados com o SAS: Casa de Abraão, Sirpha e Recanto São João Bosco.
Cada uma destas recebe pelo atendimento ao público uma quantia da SAS, sendo a Casa de Abraão a quantia de R$ 90 mil/ano e cuida de 20 idosos conveniados, a Sirpha com o valor não divulgado para atender 46 idosos e o Recanto com R$ 600 mil/ano, com o atendimento a 100 idosos.
Além disso, ao receber o idoso cerca de 70% da aposentadoria também passa a ser administrada pela instituição para compra de materiais básicos para sua permanência, sendo os outros 30% de livre acesso ao acolhido, para usufruir em o que bem entender.
Um exemplo são os aposentados Odir Leite Penteado, 84 anos, Laur Alves Ortega, 79 e Otávio Seci de 71 anos, que se reuniram para alugar uma mesa de sinuca para alegrar ainda mais suas tardes na Casa de Abraão.
“Aprendi a jogar aqui, mas garanto que o campeão de todos sou eu”, garantiu Laur. Já Otávio rebate que na verdade quem ganha todas é ele. “Por enquanto sou eu. Eu jogo umas duas ou três vezes por dia, não tem muito o que fazer né”, brinca. “Essa mesa é a nossa diversão”, finaliza Odir.
Perfil para o acolhimento
Segundo a diretora de Proteção Social e Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Lesly Lidiane Ledesma, é preciso ter a compreensão de que o acolhimento é a última alternativa.
“A responsabilidade de cuidar do idoso é da família”, alerta. “Não bastam os familiares procurarem uma intervenção pública. O idoso deve passar por uma série de avaliações que comprove a necessidade do acolhimento”, afirma.
Estão aptos a serem acolhidos aqueles que perderam os vínculos familiares ou que não tenham nenhum parente em todo o Brasil apto a recebe-lo ou até mesmo os que sejam vítimas ou autores de violência de/contra seus familiares.
O último idoso recebido pela rede pública foi para uma unidade de longa permanência na sexta-feira (5) após constatação de que ele agredia sua esposa. “Para resguardar a vida dos dois a justiça decidiu afastá-los, mas este é um caso raro e extremo. Geralmente fazemos audiências para tentar a conciliação”, explicou Lesly.
Os acolhidos podem apresentar graus de dependência que são classificados em tipo I, II e III, sendo o último nível aqueles que estão acamados e dependentes de cuidados especiais. Eles só perdem o direito à vaga após falecerem e então se abre uma vaga para um próximo idoso.
De acordo com a secretaria estão previstas para o Plano Plurianual de 2014 a 2017 a construção de duas unidades 100% municipalizadas, que irão desafogar o sistema, porém o número de vagas não foi divulgado pela secretaria.
O Estatuto do Idoso garante há 10 anos por lei moradia digna, seja no seio familiar ou em casas de longa permanência, conhecidas como “asilos”, e custeio pelo poder público se comprovada a falta de condições financeiras para tal.
O último Censo do IBGE (2010) apontou que no Brasil há mais de 34 milhões de pessoas acima de 60 anos, os considerados idosos. Em Mato Grosso do Sul são mais de 400 mil, sendo que destes mais e 130 mil moram em Campo Grande.
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