A falta de incentivo em políticas públicas no transporte de Campo Grande faz com que cerca de 219 mil usuários utilizem um serviço sem qualidade. A informação é da Assetur (Associação das Empresas de Transporte Público Urbano de Campo Grande), que afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a estrutura da cidade não colabora para um serviço eficaz.
Campo Grande possui 805 mil habitantes e uma frota de 575 coletivos para atender toda a população, que tece reclamações sobre o sistema. Para a Assetur, a composição do transporte poderia ser melhorada com a inserção de mais ônibus nas ruas e o barateamento da tarifa, entre outros.
No entanto, a malha viária da Capital não comporta mais ônibus, já que as faixas de rolamento são estreitas e não existem corredores exclusivos para o coletivo. Para exemplificar a situação, a empresa afirma que se mais 10 ônibus fossem colocados para rodar no horário de pico, o tráfego do trânsito ficaria mais lento.
Sobre alto preço da tarifa, a justificativa está na gratuidade. Atualmente, Campo Grande é a capital brasileira que oferece a maior gratuidade existente no país. Por aqui, 60 mil estudantes e 35 mil idosos se locomovem no transporte público sem pagar. No final, quem arca com essas passagens são os usuários comuns, já que o valor é rateado entre eles.
Para que cidade ganhe um transporte público rápido, com qualidade, conforto, segurança e sem superlotação, é necessário investir na mobilidade urbana e nas políticas públicas para o transporte. Dessa maneira, o sistema funcionaria de forma eficiente.
A Assetur afirmou que é de intenção dos empresários investirem na frota e no conforto, no entanto, é necessário que a infraestrutura viária da cidade esteja preparada para receber essas condições.