Falso servidor da prefeitura também se apresentava como assessor de Nelsinho Trad

Assim que foi ao ar a matéria do Midiamax, mais vítimas apareceram e empresário diz que golpe é antigo. Reportagem confirmou que escritório é inexistente.

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Assim que foi ao ar a matéria do Midiamax, mais vítimas apareceram e empresário diz que golpe é antigo. Reportagem confirmou que escritório é inexistente.

Assim que leu a matéria do Midiamax, intitulada ‘Empresária de Campo Grande cai em golpe de falso servidor da prefeitura’, o também empresário Gledson Fernandes Leite, 44 anos, disse ter se sentido ‘mais um idiota’ na mão do estelionatário, que com ele não usou o nome da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), mas sim do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB). 

A primeira visita a loja de empréstimos da vítima, localizada na rua 14 de Julho, entre a 26 de agosto e a Sete de Setembro, região central de Campo Grande, foi no dia 17 de Janeiro. Na ocasião, ele se apresentou como ‘assessor direto’ do ex-prefeito Nelson Trad Filho, pedindo a funcionária para falar com o dono do local.

“Como eu não estava naquele momento, ela pediu a ele para voltar mais tarde. Foi aí que eu o recebi na minha sala e ele falou do tal trabalho social, no qual iria confeccionar camisetas e colocar a logo da minha empresa, além das faixas do evento dos ciclistas, sendo o mesmo papel timbrado da prefeitura que esta empresária recebeu”, conta Fernandes.

A vítima repassou o cheque no outro dia, sem desconfiar do golpe. Mas, antes, ainda foi prometido a ele o recebimento de cinco camisetas e as faixas a serem colocadas na avenida Afonso Pena e Mato Grosso.

“Dois dias depois do combinado, liguei para ele no telefone (67) 9127 – 2058, cobrando as camisetas. Ele disse que o evento foi cancelado duas vezes por conta das chuvas e da agenda do prefeito Nelsinho, que deveria comparecer ao local. Foi aí que liguei para a Associação dos Ciclistas e constatei que se tratava de um golpe”, disse o empresário Fernandes.

Associação dos Ciclistas por diversas vezes confirmou que evento era falso

Indignado, o empresário disse que na época a Associação dos Ciclistas estava reclamando que várias pessoas estavam questionando sobre este evento, que eles jamais promoveram. “Quando vi essa matéria do Midiamax não acreditei, esse cara tem que ser preso. E do meu comércio ele foi para vários outros aplicar o golpe. Tenho um amigo na avenida Bandeirantes que só não caiu porque não estava no local”, lamenta o empresário.

Este amigo é Ricardo Alexandre da Silva, 36 anos, dono de uma loja de materiais de construção localizada na avenida Bandeirantes. “Ele ligou aqui e respondi na hora que não estava interessado em campanha nenhuma. Disse ainda que se pudesse pedia dinheiro ao governo e a prefeitura, ao invés de dar para eles”, ironiza Silva.

Com 19 anos no mercado, ele disse ter aprendido uma lição para lidar com estelionatários: Ser precavido e só atender pessoas com propostas pessoalmente. “Existem muitos que conseguem nossos contatos em listas telefônicas, então só atendo no meu escritório e aceito proposta se tiver muito bem embasada. E que dirá aceitar recibo de papelaria”, conclui o lojista.

Midiamax confirma que escritório de estelionatário não existe

A reportagem foi a rua Tancredo Neves, no bairro Aero Rancho. Este é o local onde o estelionatário disse possuir um escritório, no n° 164. Porém, no local, do número 146, a residência salta para o número 258, sendo inexistente a sede ‘Tony Publicidades Comunicação Visual, Placas, Faixas e Camisetas’. O caso continua sendo investigado pela polícia.

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