A transexual N. I. B. A., de 18 anos, recebeu nome masculino ao nascer. Mas, o nome da certidão não reflete o que a sente. Ela conta que se lembra de ainda criança brincando com as roupas e os sapatos da mãe. Ela diz que o sentimento de garota sempre a acompanhou e no ano passado decidiu assumir sua transexualidade.

N. I. B. A. diz não ficar confortável em usar o banheiro masculino por não se sentir homem. O mesmo motivo seria o que a levou pedir a colegas e que a chamem pelo nome social. Ela explica que até o ano passado evitava até beber água para não precisar ir ao banheiro. Mas, agora como vai à escola de bicicleta precisa se limpar antes de entrar em aula, já que chega toda suada.

Ela conta que foi a sala do diretor pedir autorização para usar o banheiro feminino. O que lhe foi negado. A recusa do diretor em liberar o uso do banheiro e de alguns professores de a chamarem de N. I. B. A. está causando polêmica. E até o promotor da 27ª Vara de Infância e da Adolescência, Sérgio Harfouche, foi chamado para intervir no caso.

Harfouche diz que o jovem tem que ser tratado de acordo com o que está em seu registro de nascimento e usar o banheiro dos homens. Ele explica que as pessoas têm que fazer o que determina a lei, e não podem simplesmente começarem a acatar a vontade da minoria em detrimento da maioria. “As pessoas precisam se adequar. Se não vira uma bagunça”, explica.

Harfouche lembra que não é contra o jovem procurar seus direitos e diz que se Pablo prefere ser chamado de N. I. B. A. deve procurar a Justiça e garantir isso na forma da lei, pois nem os diretores, nem os professores, nem ninguém tem autonomia para conceder algo que a legislação impede. “Permitir que o Pablo entre um banheiro feminino é expor as demais meninas ao risco e ao constrangimento de ver um homem, já que ele tem genitália masculina, dentro de um ambiente reservado para meninas”, finaliza.