Membro da antiga junta interventora diz que o hospital necessita de uma reforma estimada em R$30 milhões, mas que o investimento necessário é alto e ninguém está disposto a pagar. Segundo ele, há 33 anos a Santa Casa está ‘falida’.
Membro da antiga junta interventora da Santa Casa de Campo Grande, Nilo Sérgio Laureano Leme, afirmou que o hospital necessita passar por uma reforma estimada em R$30 milhões. A declaração foi feita no início da tarde desta segunda-feira (15) durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, que apura possível irregularidades nos repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) para 11 municípios de Mato Grosso do Sul.
Laureano afirma que o investimento necessário para a reforma é alto e ninguém está disposto a fazer este investimento. “O problema é a insuficiência de recursos e má gestão do SUS e não da junta interventora”, alegou.
Segundo ele, o hospital sempre apresentou problemas. “Há 33 anos o hospital está falido”, disparou. Para destacar a boa atuação da junta, Laureano relembrou o fato de que em outubro do ano passado o gerador de energia da Santa Casa explodiu e 110 pessoas internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) poderiam ter morrido e por pouco nada aconteceu.
“Na ocasião, compramos quatro geradores. É um investimento que a junta fez e ninguém pensou em fazer no hospital”, relata.
Além de Nilo, foram ouvidos os ex-gestores Antônio Lastória e Issan Maussa. Ocupando, interinamente, a função de secretário de Estado de Saúde, no lugar de Beatriz Dobashi, Lastória destacou que a só falaria sobre o período de intervenção compreendido de 2011 e 2013. A intervenção teve duração de oito anos.
Já Issan Moussa fez questão de ressaltar que a Santa Casa é um lugar privado fundando em 1928. “Está entre as dez melhores Santas Casa do país. Entre as 1243 que existem, 80% estão na mesma situação financeira, ou seja, com um grande dívida”, destacou. Segundo ele, 92% da receita do hospital é oriunda do Sus.
A CPI está em andamento na Assembleia Legislativa e é composta pelos deputados Amarildo Cruz – presidente, Lauro Davi (PSB) – vice-presidente, Junior Mochi (PMDB) – relator, Mauricio Picarelli (PMDB) – vice-relator e Onevan de Matos (PSDB) – membro.
