Estudo mostra que País troca hidrelétricas por energia mais cara e poluente
Agência Senado/ID “Por que o Brasil está trocando as hidrelétricas e seus reservatórios por energia mais cara e poluente?” O questionamento intitula estudo dos consultores do Senado Marcio Tancredi e Omar Alves Abbud. Para os consultores, embora o Brasil seja um dos países mais privilegiados do mundo em matéria de fontes de geração de energia […]
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Agência Senado/ID
“Por que o Brasil está trocando as hidrelétricas e seus reservatórios por energia mais cara e poluente?” O questionamento intitula estudo dos consultores do Senado Marcio Tancredi e Omar Alves Abbud. Para os consultores, embora o Brasil seja um dos países mais privilegiados do mundo em matéria de fontes de geração de energia elétrica, e a energia hídrica seja a mais barata e limpa, sua exploração é inadequada, resultando em um abastecimento nacional sem a confiabilidade necessária. Atualmente, segundo Tancredi e Abbud, o abastecimento tem sido garantido por meio do acionamento das usinas térmicas, sempre que o nível dos reservatórios atinge estado crítico. A fórmula, no entanto, não é a mais indicada, segundo os especialistas.
“Essa operação, embora garanta o abastecimento, tem duas consequências indesejáveis: aumenta de forma considerável o preço da energia elétrica e faz crescer significativamente a taxa sistêmica de emissão de CO2 e de outros gases geradores de efeito estufa”, alertam.
Para Tancredi e Abbud, só o potencial hidrelétrico existente na Amazônia seria suficiente para beneficiar toda a população brasileira, com energia elétrica limpa e barata. No entanto, afirmam, a oposição dos grupos de defesa do meio ambiente à construção de novas usinas hidrelétricas tem tornado o Brasil cada vez mais dependente de formas de geração de energia mais caras e poluentes.
“Quando o país abre mão de seu potencial hidrelétrico, em nome de questões de natureza socioambiental, o ambiente passa a sofrer com quantidades crescentes de carbono jogadas na atmosfera, perdendo-se, ao mesmo tempo, um poderoso fator de desenvolvimento tão importante para uma economia como a brasileira: a energia barata”, afirmam.
Tancredi e Abbud também apontam para a necessidade de maior transparência das decisões do setor hidrelétrico no país. Segundo os autores, não é de amplo conhecimento público, por exemplo, as perdas que o país vem sofrendo pelo não aproveitamento do potencial da bacia do Rio Xingu, que chega a mais de 5 mil megawatts médios de energia.
“Para que se tenha noção da escala desse valor, basta dizer que é superior a 60% do valor de energia firme da Usina de Itaipu, maior produtora mundial de energia hidrelétrica”, exemplificam.
Racionamento
Os autores ressaltam a ameaça de racionamento de energia elétrica ocorrida no Brasil no início de 2013, em virtude do rápido esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas no ano anterior. As autoridades do setor, conforme Tancredi e Abbud, já sabiam do risco existente, tanto que, em 18 de outubro de 2012, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou a abertura de todas as usinas térmicas a gás e a óleo disponíveis.
Segundo a revista Veja, de 16 de janeiro de 2013, o ONS estimou em 18,7% a probabilidade efetiva de racionamento no final de 2013. O simples susto com essa eventualidade e as providências para que ela não se concretize, segundo Tancredi e Abbud, já geram consequências graves para a economia. A principal delas, afirmam, é o aumento das tarifas de energia elétrica.
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