Relatório da Organização Meteorológica Mundial destaca que período entre 2001 e 2010 foi o mais quente da história moderna e também o mais chuvoso. O Brasil é citado por furacão no sul e calor extremo no Piauí.

O levantamento aponta que os eventos extremos do clima, como enchentes e secas, ocorreram na última década de uma forma sem precedentes na história moderna.

O relatório da OMM, lançado em Genebra nesta quarta-feira (3), destaca que a temperatura média global entre os anos de 2001 e 2010 foi de 14,47° Celsius, a mais quente desde 1850.

Furacão no Brasil

O Brasil é citado pelas secas na região amazônica, pelo calor em cidades do Piauí e até por um furacão, como explica à Rádio ONU, de Genebra, o vice-presidente da OMM, Antônio Divino Moura.

“Nós tivemos um evento muito extremo, no caso do Brasil, que foi uma onda de calor em 2006 e a temperatura (no município) de Bom Jesus (no Piauí) foi de 44,6° Celsius. Em maio de 2004, nós tivemos o desenvolvimento de um ciclone, que foi se intensificando no Atlântico Sul e atingiu a costa de Santa Catarina, com de 150 km por hora e causou muita destruição. Foi o primeiro e único furacão até agora observado (no Brasil) e aconteceu nessa década.

Efeito Estufa

O relatório “Uma Década de Climas Extremos” destaca que o aumento da temperatura está ligado à maior concentração global na atmosfera de gases que causam o efeito estufa.

As taxas de dióxido de carbono subiram 40% desde o começo da era industrial, em 1750 e a a concentração atual de CO2 no ar é de 400 partes por milhão.

Enchentes

O documento afirma que a década de 2001-2010 foi também a mais chuvosa desde 1901. Enchentes, secas e ciclones tropicais causaram a morte de 370 mil pessoas, um aumento de 20% em relação à década anterior.

Antônio Divino Moura relembra algumas das fortes inundações que atingiram o Brasil.

“Nessa década, nós notamos no litoral da América do Sul, como Santa Catarina, , parte de São Paulo e do Rio de Janeiro, com aumentos de chuvas, bastante associados também com eventos extremos. Nós tivemos em 2011 deslizamentos de terra lá no Rio de Janeiro, com quase 1 mil pessoas mortas, etc.”

O vice-presidente da OMM ressalta a importância de os países aliarem conhecimento científico sobre as mudanças de temperatura com bons serviços climáticos.