Endometriose leva sete mulheres para a mesa de cirurgia todo dia em SP

Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revela que, em média, a endometriose leva diariamente sete mulheres para cirurgia em hospitais públicos em todo o Estado. No ano passado foram realizadas 2.606 cirurgias para tratar a doença. Em 2009, cerca de 2,5 mil. No hospital estadual Pérola Byington, unidade da Secretaria […]

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Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revela que, em média, a endometriose leva diariamente sete mulheres para cirurgia em hospitais públicos em todo o Estado.

No ano passado foram realizadas 2.606 cirurgias para tratar a doença. Em 2009, cerca de 2,5 mil.

No hospital estadual Pérola Byington, unidade da Secretaria especializada em saúde da mulher, na capital paulista, somente no ano passado, foram realizadas 3.114 atendimentos de pacientes com endometriose, com 105 cirurgias.

A doença é caracterizada pela presença de células do endométrio, mucosa que reveste o útero, fora do lugar. Ou seja, em vez de os resíduos saírem na menstruação, como deveria ocorrer normalmente, sobem pelas trompas e caem na parte interna da barriga.

Ovário

O lugar mais frequente em que ocorre a endometriose é o ovário, mas ela pode atingir todo o útero por fora, cavidade abdominal, rim, intestino e até o pulmão. Os principais sintomas são cólica aguda, sangramento intenso durante o período menstrual, dor durante a relação sexual e infertilidade feminina.

A causa do desenvolvimento da doença ainda não está bem estabelecida, mas evidências indicam que a combinação de fatores genéticos, hormonais e imunológicos poder contribuir para a formação e o desenvolvimento dos focos ectópicos de endometriose.

Embora 70% a 90% das mulheres apresentem menstruação retrógrada, apenas uma minoria, cerca de 15%, irá desenvolver a doença. Normalmente o sangue é absorvido e não causa maiores danos, sugerindo que outros fatores, como o ambiente e ritmo de vida, podem determinar maior suscetibilidade para desenvolver a doença.

“Essa doença afeta muito a parte psicológica da mulher, e os sintomas são extremamente incômodos. Ela não consegue trabalhar, se divertir ou ter relações sexuais e acaba ficando irritada com a situação. Nos casos em que há infertilidade, ainda é preciso lidar com a frustração. Além disso, na maioria das vezes, o companheiro não entende o que a mulher está passando, o por quê de ela não conseguir ter relações e isso pode acabar estremecendo o relacionamento”, ressalta André Luiz Malavasi, diretor do setor de ginecologia do Pérola Byington.

Tratamento

O tratamento de casos leves de endometriose pode ocorrer através de pílula anticoncepcional, assim, a paciente para de menstruar e endometriose não ocorre mais. Para casos mais graves é possível utilizar DIU com progesterona, que alivia os incômodos causados pela doença.

O método mais efetivo é a cirurgia através de videolaparoscopia, por meio do qual, com uma microcâmera introduzida através do umbigo e uma pequena incisão, é possível buscar os focos de endometriose e cauterizá-los, limpando a cavidade abdominal. Trata-se de uma técnica extremamente efetiva e minimamente invasiva.

Se o tratamento for realizado corretamente, as chances da doença voltar são mínimas. Em casos extremos ou em que a paciente não deseja mais engravidar, todo o útero é retirado por procedimento de histerectomia, que pode ser laparotomia ou laparoscopia.

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