Empresário denuncia venda de automóveis roubados e outras irregularidades em leilões
Documentos e consultas simples aos cadastros públicos de informações sobre veículos revelam supostas irregularidades na venda de automóveis em leilão que foi realizado na última quinta-feira (17), em Campo Grande. Há até carros que ainda têm queixa de roubo no edital do certame. Segundo o empresário Vaderlei Scuira, seriam comuns as irregularidades nos carros vendidos em leilões…
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Documentos e consultas simples aos cadastros públicos de informações sobre veículos revelam supostas irregularidades na venda de automóveis em leilão que foi realizado na última quinta-feira (17), em Campo Grande. Há até carros que ainda têm queixa de roubo no edital do certame.
Segundo o empresário Vaderlei Scuira, seriam comuns as irregularidades nos carros vendidos em leilões judiciais de Campo Grande. Ele conta que identificou entre os lotes ofecidos um Uno Mille branco, roubado em 2010, que seria leiloado, mas foi cancelado de última hora por estar com queixa de roubo.
O empresário, que há mais de três décadas trabalha com retífica de motores em Campo Grande, trava batalha contra irregularidades relacionadas à sua área de trabalho. Conhecido por delatar irregularidades do DETRAN-MS, DEFURV e IC, Vaderlei encontrou novo “alvo”.
Lote 171
Tudo começou após ele checar que uma Parati que foi a leilão em 2010 tinha queixa de roubo. “Eles pinavam os motores para esconder a identificação dos veículos. No caso da Parati, pinaram no local errado, de forma que a numeração ficou legivel, e eu consegui identificá-la”, explica, contando que, curiosamente, o número do lote da Parati era 171.
Vaderlei encontrou mais irregularidades e denunciou o caso no Ministério Público nos autos nº 0015917.03.2010.8.12.0001. Porém, com a morte de seu advogado, Paulo Magalhães, e para não perder o caso, teve que subestabelecer para a defensoria pública, através do Dr. Amarildo Cabral.
Amarildo afirmou não ter conhecimento da situação por conta do processo ser físico e disse aguardar o processo chegar para começar a trabalhar no caso. Perguntado sobre a legalidade de leiloar carros roubados, Amarildo vê infração: “no mínimo é um ilícito administrativo”. O defensor público também salienta que o veículo tem que ser liberado pela Justiça após checagem para ir a leilão.
“São vários crimes. Improbidade, prevaricação e desleixo ao erário”, lista Vaderlei. “O caso do Uno do último leilão, por exemplo. O carro teve apenas um ano de uso e estava como sucata. Em nenhuma situação este veículo iria para sucata em leilão, pois era um carro com leasing. Ele tem que ir ou para o dono ou para a financiadora”, ressalta.
Outra irregularidade citada pelo denunciante é a venda de carros literalmente sucatas, onde se encontra o mesmo todo depenado sem motor, câmbio, e é vendido como veiculo. “Tudo tem que ser checado pelo leiloeiro ou pela Justiça. Se checassem nada disso aconteceria. Abre brecha para verificarmos irregularidades em todos os leilões”, analisa.
Bater de frente
Para Vaderlei, o problema é achar alguém aceite bater de frente com a situação. “Estas fraudes nos leilões envolvem grandes partes do Estado. Há desídia por parte dos promotores que pegam o caso. Eles me perguntam qual a vantagem em leiloar um carro roubado. Quem tem que descobrir são eles, o que sei é que é crime”, declarou.
O Uno Mille Way Econ branco, flex, ano 09, Renavam 194311333, placas HTQ-5425, da Fiat, era o lote número 38 do leilão e tinha lance mínimo de R$ 300, avaliado em R$ 500. “Imagina se você vai a um leilão e encontra seu carro roubado à venda?”, indagou Vaderlei.
A reportagem entrou em contato com a Leilões Judiciais Serrano, empresa especializada em leilões judiciais presenciais e eletrônicos promovidos pelas justiças do Trabalho, Federal e Estadual. A assessoria da empresa alegou que não tem nenhuma informação sobre os carros leiloados e informou que cabe à Justiça checar a situação dos veículos.
A assessoria do Tribunal de Justiça também foi procurada.
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