Empregados em supermercados de Campo Grande recusaram a proposta dos empresários de reposição salarial de apenas 7% sobre seus vencimentos. Eles querem 9% que cobririam o acumulado da inflação dos 12meses que antecedem a data base da categoria, dia 1º de abril. Além disso eles não abrem mão também da folga no feriado do dia 1º de Maio, Dia do Trabalho, informa Idelmar da Mota Lima, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, que participou hoje pela manhã de reunião com a classe patronal.

“Recusamos na hora a proposta da classe patronal de repor apenas o índice de inflação que deu quase isso, ou seja, quase 7%. Não podemos permitir que os trabalhadores fiquem sem ganho real nesse novo acordo”, afirmou o líder sindical que espera contar com o bom senso dos empresários para chegar a um acordo para fechar essa nova Convenção Coletiva de Trabalho.

Quanto ao feriado de 1º de Maio, Dia do Trabalho, Idelmar informou que os trabalhadores em supermercados decidiram em assembleia geral não abrir mão desse feriado para ficar com a família. “Nós, diretores do sindicato, sequer podemos discutir qualquer possibilidade em contrário, pois a assembleia é soberana e essa é a vontade da classe: não trabalhar nesse feriado”, afirmou Idelmar.

O líder sindical foi mais longe, disse que por conta dessa exploração “desenfreada” dos trabalhadores em supermercados, as empresas estão encontrando dificuldade para conseguir profissionais para o setor. A rotatividade, segundo ele, é muito grande porque as pessoas não suportam por muito tempo trabalhar de domingo a domingo e na maioria dos feriados. “As empresas precisam se atentar para isso e passar a oferecer maiores vantagens para os trabalhadores para que consigam suprir as vagas necessárias e também para que tenham serviços de qualidade desempenhado por funcionários satisfeitos”, comentou Idelmar.

O vice-presidente do SECCG, Nelson Benitez disse que espera que o sindicato patronal (Amas e Sindicato do Comércio Varejista de Alimentos) aprove a contraproposta do sindicato de reajuste salarial de 9% e que ainda aprovem outras medidas de valorização dos profissionais que são o maior patrimônio das empresas. “Alguns empresários ainda precisam entender que se pagarem melhor e oferecerem melhores condições de trabalho, o rendimento dos profissionais será maior e, consequentemente, os lucros serão maiores”, comentou.

Como não chegaram a um acordo, as duas partes SECCG e entidades patronais voltam a se reunir em abril. Até lá os comerciários esperam que os comerciantes reflitam melhor e aprovem medidas que realmente avancem em benefício dos trabalhadores e seus familiares.