Em entrevista descontraída ao Programa do Ratinho, exibida na noite desta segunda-feira no canal SBT, a presidente Dilma Rousseff falou sobre sua rotina no Palácio da Alvorada e reclamou da solidão na residência oficial da Presidência da República. “Ser presidente é por prazo determinado. Mas o cotidiano da gente é muito parecido. Você quer descansar, fazer uma comidinha, ver um filmezinho”, afirmou Dilma.

Segundo a presidente, as circunstâncias que envolvem o cargo que ela ocupa e o consequente aparato de segurança que a cerca causam eventuais transtornos no cotidiano. “Eu gosto de ir no cinema. Não são as pessoas que me incomodam, mas eu sei que eu incomodo as pessoas. Tem muita gente envolvida, as pessoas ficam incomodadas”, relatou.

Questionada sobre a solidão do cargo, a presidente afirmou sentir saudades de caminhar na rua. “A gente fica (sozinha) sim, Ratinho. Um prazer que todo mundo tem é andar na rua. A gente gosta de esquina, de bar, de boteco. Tem que ter gente andando na rua. (…) Eu não me incomodo que me peçam para tirar fotografia. Mas eu penso só: de que adianta eu sair com um monte de gente por todos os lados? Só fugindo. E às vezes eu fujo”, admitiu, entre sorrisos, a presidente.

Dilma contou ao apresentador que ocupa o seu tempo de lazer com leituras e filmes. “Quando eu não tinha livro, eu já li até bula de remédio. Eu lia qualquer coisa. Ler para mim é uma forma de você ver o mundo. Eu tenho lido em tablet, mas eu gosto de livro com papel e cheiro. Eu gosto de papel, e nisso eu sou completamente antiga. O dia que falar pra mim ‘vai acabar o livro’, eu vou lutar para não acabar”, disse.

A presidente comentou também a relação com o neto, Gabriel, em meio à rotina atarefada no Palácio da Alvorada. “Eu sempre digo pro meu neto: não pega nisso que é do povo brasileiro”, brincou Dilma, apontando para objetos de decoração do palácio. “Ele vai crescer querendo saber quem é esse povo brasileiro, porque tudo é do povo brasileiro”, completou.