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Em depoimento na CPI, Dorsa se contradiz e joga responsabilidades na reitoria da UFMS

Em oitiva na CPI da Saúde na Câmara Municipal, nesta quarta-feira (29), o ex-diretor-geral do Hospital Universitário da UFMS, José Carlos Dorsa, contradisse-se e jogou responsabilidades na reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ao contrário de nota divulgada pelo HU, na época de sua gestão, Dorsa voltou a dizer que recusou equipamentos […]
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Em oitiva na CPI da Saúde na Câmara Municipal, nesta quarta-feira (29), o ex-diretor-geral do Hospital Universitário da UFMS, José Carlos Dorsa, contradisse-se e jogou responsabilidades na reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Ao contrário de nota divulgada pelo HU, na época de sua gestão, Dorsa voltou a dizer que recusou equipamentos de radioterapia por falta de profissionais para usá-los e por não ter estrutura compatível para oferecer o serviço no hospital. Na nota anterior, após o Midiamax apontar equipe capacitada, ele informou não ter disponível apenas um médico radioterapeuta.

“No HU, o problema é a defasagem de pessoas. Além disso, existia um prédio rebocado caindo, com banheiro entupido, sem condições de ir para frente”, relatou. “Por isso, recusei os cinco aceleradores disponíveis, recusei porque não tinha como instalar serviço de alto custo, seria irresponsável se deixasse equipamentos num caixote na chuva”, emendou sobre transferir os aparelhos ao hospital privado.

Dorsa ainda fez questão de ressaltar que, quando assumiu o HU, em 2009, o setor de radioterapia já não funcionava mais. “Existia uma determinação da vigilância que, por questões de segurança, o setor não poderia funcionar”, contou. “Quem tomava conta antes de ser desativado, era Eva Siufi, irmã de Renê Siufi, não era médica, era docente da UFMS e desenvolvia atividade lá”, completou.

Na intenção de reativar o setor, Dorsa procurou o Ministério Público Estadual (MPE). “Fiz convênio de mais de R$ 200 mil para reformar o prédio e o promotor indicou a Fundação de Carmem Prudente para fazer  a radioterapia funcionar”, disse. “Depois, demorei três anos para fazer reforma, comprar equipamentos e mais um ano para contratar funcionários”, continuou.

Segundo o superintendente da Polícia Federal, Edgar Marcon, a Operação Sangue Frio detectou desvio de recursos do SUS que somam, inicialmente, R$ 3 milhões em reformas no HU.

Equipe referência

Questionado sobre o fato de profissionais da UFMS atuarem no Hospital do Câncer e serem considerados referência no setor de oncologia no Estado, Dorsa informou desconhecer a informação. “A nossa equipe é insuficiente”, reforçou.  “E não tinha responsabilidade de quem era cedido para o Hospital do Câncer, a responsabilidade é da reitora, nunca vi documento de cedência”, emendou.

Sobre a acusação do Conselho Estadual de Saúde de que impedia o acesso ao hospital, Dorsa assegurou nunca ter sido procurado por representantes do conselho. Depois das investigações da Operação Sangue Frio, que realizou gravações de áudio e vídeo que o envolvem diretamente em corrupção, o diretor, que já estava afastado por ordem judicial, acabou sendo demitido da UFMS.

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