Em 3 anos, Tite encerra trauma e vira maior vitorioso da vida corintiana
Em 20 de outubro de 2010, Tite estava em São Paulo, mas seu relógio ainda não. O fuso-horário apontava para os Emirados Árabes, de onde o então novo treinador do Corinthians havia saído às pressas para o Brasil. Havia deixado o desafio de jogar o Mundial de Clubes pelo Al Wahda pela possibilidade de continuar […]
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Em 20 de outubro de 2010, Tite estava em São Paulo, mas seu relógio ainda não. O fuso-horário apontava para os Emirados Árabes, de onde o então novo treinador do Corinthians havia saído às pressas para o Brasil. Havia deixado o desafio de jogar o Mundial de Clubes pelo Al Wahda pela possibilidade de continuar a bonita história que havia escrito como técnico corintiano em 2004.
Tite é mais trabalhador e pragmático, odeia que se fale em sorte, mas foi recompensado pelo destino. Em quase três anos desde a apresentação, levou um Campeonato Brasileiro, conquistou os dois títulos mais importantes da história do Corinthians e, mesmo na temporada que selou o fim de seu trabalho, venceu o Campeonato Paulista e a Recopa Sul-Americana.
Segundo treinador que mais dirigiu o Corinthians em 113 anos de vida, Tite viu o trabalho atingir o ápice em dezembro do último ano, justamente no Mundial de Clubes do Japão. Difícil, nesse caso, não pensar em destino. Contra um Chelsea em reconstrução, a equipe fez ótima final, igualou a partida em todos os aspectos e venceu graças às defesas de Cássio e ao gol de Paolo Guerrero.
Tite cai do Corinthians pela incapacidade de criar um novo ciclo vitorioso durante o Brasileiro. No Paulista de 2011, logo depois da vexatória queda contra o Tolima, o agora ex-treinador corintiano indicava que sim. Mesmo vice-campeão, criou novas lideranças sem Ronaldo, Elias, Roberto Carlos e o então capitão William.
A mais importante delas, sem dúvida, foi Paulinho. Criatura de Tite, o volante que chegara do Bragantino hoje caminha para ser um meio-campista de classe mundial. Grande marcador e absolutamente incansável, levou novos parâmetros à posição pela facilidade de ir ao ataque e fazer gols. Os muitos que fez devem ser dedicados ao treinador que deixou o Corinthians nesta quinta.
A partir do novo ciclo do Campeonato Paulista 2011, o Corinthians caminhou para vencer o Brasileiro que começou com nove vitórias em dez jogos. Parecia um time pronto para ganhar a Libertadores, um trauma desenvolvido com eliminações marcantes ao longo dos tempos.
Da arquibancada do Pacaembu, expulso, Tite vibrou entre os corintianos quando Paulinho, sua criatura, saltou e cabeceou para eliminar o Vasco nas oitavas de final de 2012. O Corinthians chegava invicto às semifinais e já tinha jeito de campeão e a cara do treinador. O Santos e o Boca Juniors não foram páreo em conquista firmada com gols de Romarinho, Danilo e Emerson.
De volta à América como campeão do mundo, o Corinthians manteve a essência em 2013, mas sucumbiu. Ironicamente, contra aquele mesmo Boca de avançou por um golaço de Riquelme. A equipe corintiana teve um gol de Paulinho, dois pênaltis não marcados e gol mal anulado. A mão do paraguaio Carlos Amarilla selou aquele ciclo de maneira precoce.
Tite e o Corinthians perderam Paulinho, abdicaram dos vitoriosos Chicão e Jorge Henrique e falharam no novo planejamento. As fichas apostadas em Renato Augusto e Alexandre Pato não deram em quase nada. Aos corintianos resta o impressionante desempenho da defesa no Brasileiro, muito pouco para uma torcida mal acostumada pelos grandes títulos.
Ao lado das maiores vitórias, Tite deixa lições de como triunfar sem perder o caráter, a ternura e a paixão. Hábil administrador de vestiário, católico fervoroso e querido por todos ao redor, marcou um estilo de comando que transformou o Corinthians em potência mundial.
Nos próximos dias, Tite deve refletir sobre o futuro. Há quem garanta que, durante a preparação do Mundial de Clubes 2012, era ele e não Luiz Felipe Scolari o preferido de José Maria Marin para a Copa do Mundo. Felipão sai após o Mundial e, vença quem vencer na CBF, haverá um favorito ao cargo. Se for Andrés Sanchez, então….
Ao longo dos últimos três anos, semanalmente, Tite tinha um ritual: antes do treino, ia até uma igreja da zona Leste para pedir luze saúde, mas também agradecer as vitórias. Luz, saúde e vitórias é justamente o que os corintianos devem pedir sem o treinador mais vitorioso, demitido nesta quinta, mas que um dia voltará. Até logo, Tite.
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