‘Ele me matou primeiro, estou morrendo aos poucos’, diz homem que tentou incendiar médico
O autor contou que tentou matar o médico por vingança, porque ele teria cometido um erro e causado uma doença grave na sua vista
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O autor contou que tentou matar o médico por vingança, porque ele teria cometido um erro e causado uma doença grave na sua vista
Muito abalado, o mecânico Eduardo Ferreira da Silva, de 37 anos, tenta justificar seus atos de “vingança” após ser preso por ter tentado atear fogo em um médico no Hospital São Julião, em Campo Grande, às 17h50, desta segunda-feira (15).
“Ele me matou primeiro. Estou morrendo aos poucos”, contou Eduardo ao dizer que a vítima, o médico Eduardo de Lacerda Ferreira, de 35 anos, é culpado porque provocou uma doença grave nele.
O autor disse que resolveu se vingar do médico porque há quatro anos ele atendia seu pai, mas, quando foi examiná-lo o deixou com sérios problemas visuais, inclusive, diminuindo sua visibilidade.
No dia 17 de dezembro de 2012, ao trazer seu pai de onde moram, Deodápolis, distante a 260 km da Capital, para uma consulta de rotina, o autor contou que o pai pediu para o médico fazer o favor de atender o filho.
“Primeiro, ele colocou seis pingos de colírio em cada olho. Depois, jogou uma luz no meu olho esquerdo que ficou girando. Ele disse que pena. Então alguma coisa o médico fez em mim”, contou ao dizer que o médico apenas informou que ele sofria de pressão alta e deveria usar colírio.
O autor disse que ao retornar para sua casa começou a sentir fortes fisgadas nos olhos, enquanto trabalhava consertando um fogão. Ele contou que foi atendido em Dourados e em São Paulo, onde os médicos constataram que ele estaria com câncer nos olhos.
“Eu era forte. Ele acabou com minha vida, há sete meses que não durmo e estou sofrendo. Olha só o que fez comigo, tinha 122 kg, agora estou magro, ficando fraco. Não sei o que aconteceu durante o exame. Só sei que o raio transpassou e foi para o cérebro. Agora, estou com câncer. Não queria morrer”, diz em prantos.
Crime
O autor contou que gastou R$ 350,00 de táxi para cometer o crime, do trajeto de Deodápolis à Capital. “Se eu tivesse sadio não estava aqui preso e não tinha gastado tudo em táxi. Na hora, até fiquei com vontade de ir embora, quando o médico fingiu que nada aconteceu, me atendendo sorrindo. Mas ele sabe o que fez comigo. Ele me matou, fez doença ruim”, concluiu.
Enquanto o taxista ficou esperando na frente do hospital, segundo o boletim de ocorrência (9330/2013), o autor foi atendido por uma enfermeira que o levou até o médico, para a consulta. Em seguida, ele tirou dois litros de gasolina e uma caixa de fósforos de uma sacola. Silva jogou o conteúdo da garrafa contra o médico e tentou atear fogo
Mas, por sorte, não conseguiu porque a caixa de fósforos estava molhada. Diante da confusão, os próprios funcionários do hospital detiveram o autor. Eles conseguiram retirar uma faca de 35 cm, que estava em sua cintura e o seguraram, até a chegada da Polícia Militar.
No momento, Eduardo está preso na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro e foi autuado por tentativa de homicídio doloso. A reportagem tentou falar com o delegado responsavel pelo caso, Wilton Vilas Boas, mas não obteve resposta.
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