A comunidade acadêmica da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) estaria preocupada com a hipótese de perder a sede de Dourados para a Campo Grande. Os rumores dão conta de que o Governo do Estado teria a intenção de transferir a sede de Dourados para a Capital. Outro motivo de preocupação é que o Conselho Nacional de Educação (CNE) deve aprovar nas próximas semanas o Curso de Medicina para a UEMS e que a implantação seria na unidade de Campo Grande, que ganhará uma moderna sede para abrigar, além da Medicina, outras graduações que são oferecidas pela Universidade Estadual na capital.

De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Uems, Wilson Brum Trindade, a categoria retomou ontem as negociações com o Estado em relação ao Plano de Cargos e Carreiras e investimentos na Universidade, que enfrenta graves problemas estruturais.

Neste sentido, em relação ao curso de medicina a categoria entende um amplo debate com a comunidade acadêmica sobre a implantação. “Tudo deve ser criteriosamente avaliado pelos Conselhos da Universidade e esta decisão deverá ser acatada. De forma particular acredito que o foco da unidade de Campo Grande é na área de exatas, Letras e Sociais. Já Dourados como tem o curso de enfermagem, biologia entre outros de humanas teria o perfil mais adequado para abrigar medicina”, destaca, observando que a Associação pretende discutir todos estes questionamentos com a Secretaria de Educação do Estado.

Em relação ao PCCR a Aduems reivindica 8,12% de reajuste. Segundo a categoria, a defasagem, atrelada ao fato do curso de medicina ser implantado na capital seria indício de intenção de se levar a sede da UEMS para a Capital e com isso a Universidade receber ainda menos investimentos do que já recebe como sede, podendo até mesmo deixar de existir.

Outro lado

A Assessoria da UEMS afirmou que não há intenção de transferir a sede da Universidade para a Capital e que esta informação não passa de boatos. A transferência dependeria de mudanças na Constituição Estadual, missão que requer 80% dos votos na Assembléia Legislativa. Sobre o Curso de Medicina a UEMS diz que este assunto não ingressou na pauta da Universidade de forma oficial. A Uems explica que a Unidade na Capital funciona em local improvisado, o que justifica a construção de um prédio. “A sede continua em Dourados”.